segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alerta programático

Caríssimos visitantes e seguidores,
Não tendo este blogue um objectivo de análise de factos quotidianos, mas de expressão de ideias mais universais que vão muito para além daquilo que absorve o mundo dia a dia, o meu compromisso será de apresentar uma "mensagem", semanalmente, à segunda-feira. Passado o bulício do fim-de-semana, poderão os interessados nestas "coisas", em qualquer momento da semana que se inicia, dar o seu contributo, comentando com críticas, sejam de concordância ou de total desacordo, propondo outras ideias, quiçá, bem mais válidas e pertinentes...
Deste modo, ninguém virá aqui em vão, vendo goradas as suas expectativas por não encontrar "coisas" novas. Não esquecer, no entanto, que todos os textos anteriores continuam a poder merecer da vossa parte a atenção necessária à reflexão e análise. Se os comentarem, dêem notícia, aqui, no último texto publicado, referenciando-o, para que não lhe falte a prometida amável resposta...
Obrigado!

“A caminho da Pátria Celeste”


Esta uma frase que cala fundo no coração dos crentes. “A vida é uma passagem para a outra margem.”... E este é um problema a que os racionalistas têm dificuldade em dar resposta: a Fé a propiciar aos crentes uma muito maior capacidade de encarar e aceitar as agruras da vida, facto que se nota mais prementemente nos doentes terminais. Nos seus olhos, já sem brilho, parece ainda ler-se: “E agora?!” O crente dir-lhe-á sem hesitar: “Estás mais perto da entrada na Pátria Celeste!” E ele sorri! E conforta-se! E até é capaz de dizer adeus à vida com um sorriso nos lábios! Ou, enfrentando a morte, de dizer: “Bendita, ó morte, que me libertas deste corpo que me impede de ver Deus face a face, com os seus anjos e santos, no Céu!...”
Ora os racionalistas nada têm para oferecer, em tal hora, a quem nela se encontra. Que consolo encontrará o doente saber que, como os seus dias chegaram ao fim, se vai integrar na Harmonia Universal, encontrando-se com o Deus preconizado pela Ciência e pelo Conhecimento, sem Céu, sem vida eterna, sem... Deus realmente existente como Ser? E que lhe importa que isso seja realmente a Verdade? Não é muito mais aliciante, reconfortante, excitante a outra versão, mesmo que seja a versão da fantasia dos criadores das religiões e de Deus nelas? Lembram-se do conforto dado pelo inigualável Jesus Cristo ao bom ladrão, ambos morrendo na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso!”?
Cremos que a conclusão só pode ser uma: quem se sente confortável com a sua Fé, não a deve perder, discutindo ideias racionalistas, pois é realmente melhor acreditar em alguma coisa do que não acreditar em coisa nenhuma! Os outros, agarrem-se à sua Verdade e, estoicamente, também com um sorriso nos lábios, digam adeus à vida porque outros estão na calha para dela se apoderarem como nós o fizemos, usando as moléculas de matéria que sempre estarão disponíveis para novas vidas, pelos séculos dos séculos, enquanto houver Terra e Sol que lhe dê calor para que, nela, a vida sempre continue...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Como se fora divertimento...

CRENTES E NÃO CRENTES, DESCANSAI!
Alegremo-nos todos, cantemos e dansemos! Pois, se o Paraíso das religiões com Deus e os seus anjos existe realmente, ele existe tanto para os que crêem como para os que não crêem. E de igual modo o inferno com todos os seus demónios! Aquele, obviamente, para os bons que o foram na Terra, e os explorados, os oprimidos, os que trabalharam para a fraternidade universal; este, para os exploradores, os criadores de crises, os que olharam só para o seu umbigo: esses, nas palavras de J.C., já tiveram a sua recompensa!
Mas... uma grande – grandíssima! – incógnita se nos depara ao espírito crítico: não há prova absolutamente nenhuma de que tal Paraíso ou tal Inferno exista realmente. Nenhum dos que morreram – e foram milhares de milhões nestes quatro milhões de anos que já leva a humanidade – veio cá “abaixo” dizer algo sobre a existência do Além! Nem um sequer! O próprio judeu Jesus, a quem chamaram de Cristo e de Filho de Deus, não conseguiu melhor do que contar a parábola do rico e do pobre, os quais, tendo morrido, foram o primeiro para o inferno e o segundo para o céu. Ora, vendo o rico o pobre no céu, rodeado de bem-aventurança, e tendo pedido a Deus para vir à Terra avisar os seus irmãos do que lhes aconteceria se continuassem a explorar e a oprimir os mais fracos, foi-lhe respondido pelo mesmo bondoso Deus: “Eles que oiçam os sacerdotes e profetas; se os não ouvem, também a ti não darão ouvidos!” Que “grande” argumento para um “Filho de Deus”, santo Deus!
Enfim, façamos o Paraíso que nos for possível aqui na Terra, nesta vida que, para cada um de nós, é a única certa e..., com toda a pena na alma o dizemos, inexoravelmente única e irrepetível!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Grandíssimo erro!

Todos os teólogos cristãos – os muçulmanos, judeus, hindus, budistas sê-lo-ão de igual modo nas suas religiões – cometem um erro, um grandíssimo erro de base: aceitam como válidos os pressupostos que se seguem, sem qualquer contestação e sem ir às raízes da História confrontadas com a análise científica dos documentos disponíveis: 1 – A Revelação divina das chamadas Sagradas Escrituras; 2 – A Tradição como factor determinante para atestar fés e dogmas; 3 – A vinda de Deus à Terra, há c. de 2 000 anos, para intervir na História, através de um filho que encarnou de uma Virgem e a quem chamaram Cristo, de seu nome terrestre Jesus, judeu entre os judeus, com uma mensagem de salvação para o pobre Homem pecador e ainda não liberto do famoso pecado original; 4 – A criação do Homem por Deus, à sua imagem e semelhança, num acto de corte com a evolução – criacionismo contra o evolucionismo – em tempos em que o hominídeo deixou de o ser para ter uma alma “totalmente” racional colocada directamente por Deus no corpo certamente do sapiens sapiens, continuando a Sua obra criadora com cada ser humano que vai nascendo todos os dias, colocando também nele uma alma racional...; 5 – A possibilidade de humanizar Deus, atribuindo-se-lhe sentimentos de pena, compaixão, sofrimento, raiva, ciúmes, bondade, e capacidades como a de se lembrar, a um dado momento do tempo, de que era tempo de enviar ao Homem um Salvador...; 6 – A credibilidade se não científica pelo menos histórica da Bíblia, sobretudo do N.T. e, nele, os evangelhos, mas também as cartas, mormente as de Paulo, o grande estratega do lançamento dos fundamentos do cristianismo.
Grandíssimo erro, não há dúvida! Pois ficam impedidos, à partida, de se abrirem a novos horizontes, os horizontes da Ciência onde realmente reside a Verdade, forçando-se a si próprios a laborarem na mentira e na falsidade, ou em “verdades” totalmente desprovidas de credibilidade. E são milhares os teólogos, e são milhares os doutorados, e são milhares os professores em Universidades de renome – já não falando em papa, bispos e sacerdotes – que continuam ensinando a partir do telhado sem pensar – nem deixarem pensar! – que, afinal, os alicerces da casa que construíram ou os seus fundamentos são de um barro descomunal!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A bondade das religiões


O título mais apropriado talvez fosse: “O bem que as religiões trouxeram ao mundo”. Em boa verdade, e atendendo-nos só às religiões cristãs, e mais concretamente à católica, poderemos afirmar que, sendo a História feita de guerras e mortandades, sem as religiões e os seus entraves à manifestação da parte selvagem que há no Homem, a História estaria ainda mais carregada de sangue humano e de violência... Lembram-se dos Dez Mandamentos mosaicos e dos Mandamentos da Santa Madre Igreja com a missa aos domingos e do pecado original e dos pecados mortais e do inferno e da confissão e da comunhão e do jejum e da quaresma com as suas abstinências e dos dogmas e dos sacramentos?
Por outro lado, há a parte cultural: foi nos conventos que se instalaram copistas de textos que de outra forma se teriam perdido para sempre; foi aí que floresceram as bibliotecas; foi à sua sombra que se ergueram escolas e também a assistência aos pobres e carenciados, ou seja, a parte social da igreja que ainda perdura e que, para os críticos, é a única coisa boa que nela se conserva...
E ainda há os muitos milhares de obras-primas, abarcando todos os estilos de arte, sendo mais notáveis na arquitectura, na pintura e na música. Quem negará a beleza das catedrais, seja de estilo românico, gótico, neo-gótico ou moderno? Quem não apreciará “O Messias” de Haendell, “O Requiem” de Mozart, “A paixão segundo S. Mateus” com os seus coros fantásticos de melodia emotiva de Bach? E o mesmo se diga das pinturas de um El Greco, um Rafaello, um Miguel Ângelo, um Leonardo da Vinci, um Giotto, e tantíssimos outros. E de modo algum poderemos esquecer o notável Canto Gregoriano que enche de paz os silêncios das catedrais...
Não tivesse havido a religião cristã e nenhuma destas magníficas manifestações artísticas, que nos emocionarão pelos séculos dos séculos, teria existido.
Enfim, as religiões deram – e continuam a dar! – a muitos homens e mulheres, a crença numa vida no Além, sendo preparada através do sofrimento aceite nesta em desconto dos pecados... Não é coisa de pouca monta: a parte espiritual do Homem (assunto que abordaremos mais tarde) necessita de respostas e a Ciência é nitidamente insuficiente para colmatar os medos da morte e a incógnita total da “outra vida” que atormentam todo o ser racional, seja crente ou não. As religiões, aceite-se ou não o facto, têm dado uma resposta...
Outras “bondades” haverá. A palavra é do amável leitor.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Obviamente, um livro polémico!



São duas as ordens de polémica mais visíveis:
1 - A proposta de novos modelos económicos para a sustentabilidade social, tendo como objectivo o pleno emprego e a fraternidade universal, e para a sustentabilidade ambiental visando a salvação do Planeta.
2 - A proposta de uma nova religião, aglutinadora de todas as outras, a religião do Futuro, baseada na Ciência e no Conhecimento, preconizando o Deus da Harmonia Universal.
É no final do livro que se aborda esta última questão e é por isso que se lhe faz referência aqui, no "Em nome da Ciência".

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

“Em Nome da Ciência”, um ponto de encontro para discutir o outro lado da vida

Dois são os principais objectivos deste blogue:
1 – Reconhecendo o muito de bom que as religiões – mormente as religiões cristãs – deram ao mundo e à humanidade, demonstrar as inúmeras falsidades que as rodeiam, rondando o absurdo, o que em nada dignifica o ser racional que é o Homem.
2 – Prestar homenagem à VERDADE, seguindo o inigualável Jesus Cristo pela pena de João: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (Jo 8,32)
Assim, veremos como se construíram deuses e as respectivas religiões para se lhes prestar culto, por necessidades psicológicas, ignorâncias e medos, por um lado, por outro, devido a interesses económico-políticos, normalmente bem camuflados debaixo de uma capa de falsa ajuda à humanidade. No passado, sempre. Actualmente, ainda em larguíssimas partes do Mundo. Cremos que já ninguém duvidará de que as crenças, todas as crenças estão ligadas à ignorância do que é a realidade Homem, a realidade Terra, a realidade Universo. O “nosso” slogan será, pois, glosando a Bíblia: “E o Homem criou deus ou os deuses à sua imagem e semelhança!”
Abordaremos ainda a (in)validade, face à razão, dos muitos mitos que proliferam pelo mundo, obviamente, o mais inculto. A perda de mitos não é previsível como previsíveis são muitos dos fenómenos que afectam a actividade e pensamento humanos. Mas vai de certeza acontecer! É uma questão de tempo! Depende do ritmo com que a humanidade conseguir eliminar as trevas da ignorância que afectam uma grandíssima parte da humanidade, i.é., os iletrados, e para os outros, a tomada de consciência de que não vale a pena viver de efabulações criadas pela imaginação e fantasia de uns quantos ditos iluminados...
E o convite é: “Venham todos participar nesta aventura!” Talvez, depois, consigamos responder mais adequadamente à intrigante pergunta “Donde viemos, o que fazemos aqui e para onde vamos?”, ou, em síntese, ao “Quem somos, afinal?”. Desafiante, não é? Apaixonante, também, obviamente!
Em nome da Ciência! Contra toda a forma de ignorância!
(Nota: De seguida, serão apresentados 8 pequenos textos, publicados de uma só vez pela sequência lógica que os caracteriza. E também para desencadear o debate!)

Contestando a veracidade do Deus das religiões monoteístas

Queiramos ou não, somos forçados a aceitar, à luz dos conhecimentos actuais, que foi realmente o Homem que criou Deus à sua imagem e semelhança. Os argumentos aduzíveis são vários e sem contestação racionalmente possível, embora, sendo este um fórum de discussão, toda a contestação seja admitida! Por crentes e não crentes... Atentemos apenas nos mais importantes:
Argumento 1/5: Os mitos existem pela necessidade humana de tentar explicar o que, no tempo da sua criação, era inexplicável: mistérios, ignorâncias, medos, forças ocultas, etc. Pela Ciência, no entanto, já descobrimos e já desvendámos muitos desses mistérios, muitos segredos, muitos mitos! E a Ciência não pára de nos surpreender com novas descobertas. Newton, Galileu, Darwin, Einstein e tantos outros desmistificaram muitos dos mitos que deram origem às religiões que de certo modo nos governam e nos alienam.
Argumento 2/5: Desde o princípio da História conhecida do Homem que existem deuses, organizados normalmente segundo hierarquias machistas, podendo referir-se as antigas civilizações fenícia, egípcia e, mais tarde, a grega e romana, indo de Baal e Adónis a Oziris, Serapis, Isis e muitos outros, a Zeus para os Gregos e a Júpiter para os Romanos, cada um com o seu séquito de deuses e deusas... Todos inventados e seriados pelos Homens do tempo! Há três mil anos, no entanto, surgiu um Moisés que criou para o seu povo um Deus a quem chamou Javé. E foi este Javé que deu origem ao judaísmo, judaísmo do qual veio a brotar o cristianismo, há c. de 2 mil anos e o islamismo, há apenas c. de 1.300 anos, mais exactamente em 622 d.C. Entretanto, surgiram no Oriente o budismo e o hinduísmo, c. de 500 a.C., nos quais o cristianismo iria beber filosofias de vida como o “Amai-vos uns aos outros” de Jesus Cristo.
Argumento 3/5: As religiões que actualmente dominam o mundo existem apenas há c. de 2 a 3 mil anos, quando o Homem (o hominídeo) existe há 4 a 7 milhões de anos! – curta existência, embora, em relação ao início da Vida, c. de 3.500 milhões de anos, e em relação aos dinossauros que se extinguiram há c. de 65 milhões, tendo dominado a Terra durante mais de 200 milhões de anos!... Então, quem pode aceitar racionalmente que o Deus que elas nos propõem, desde Javé de Moisés, passando pela trilogia hindu: Brama, Vixnu e Shiva, atingindo o Deus-Pai de Jesus Cristo e finalmente Alá de Maomé, quem poderá aceitar que esse Deus seja verdadeiro ou exista realmente e só agora se tenha “lembrado” de se revelar às humanas gentes? Se Deus é justo e inteligente, omnisciente e eterno, porque não se revelou ao homo sapiens sapiens que apareceu há c. de 40 000 anos? Ou, porque andou a manifestar-se a uns quantos iluminados em épocas pouco relevantes para a humanidade quando bastaria esperar dois a três mil anos para ter ao seu dispor toda uma panóplia de meios de comunicação, alcançando com a sua mensagem de salvação toda a humanidade, em apenas 24 horas e sem sair do seu lugar, obviamente o Céu, trazendo esse seu Céu à Terra?...
Argumento 4/5: Os livros ditos sagrados, desde os Vedas, à Bíblia judaico-cristã, ao Corão, como os próprios teólogos afirmam, reportando-se, aliás, ao velho Santo Agostinho, não são livros nem científicos nem históricos mas tão só livros religiosos. Em boa leitura, isso quer dizer que não merecem credibilidade, nem científica nem histórica. Então, como é possível arquitectar toda uma filosofia religiosa baseada em... coisa nenhuma ou apenas em “factos” ou “fenómenos” que supostamente aconteceram? Pior: como é possível dar crédito a tal filosofia? Pior ainda: como é possível que haja tantos milhões – quase metade da humanidade! – que se deixa levar por tal filosofia? E ainda muito pior: como é possível haver tantos mentores religiosos, a começar pelos papas de todas as igrejas, sinagogas ou mesquitas, tenham os nomes que tiverem, desde gurus, a imans, a rabinos, a patriarcas, passando por cardeais, bispos e afins, e acabando nos presbíteros, que vivam cinicamente à custa da ignorância dos milhões que aceitam benevolamente serem enganados e alienados nas suas consciências e... lhes pagam para se manterem no mesmo engano?...
Argumento 5/5: Um exemplo paradigmático são os “milagres” de Mateus. Toda a Bíblia judaico-cristã está repleta de milagres; mas podemos considerar o evangelho de Mateus como o protótipo de tal facto. São tantos os milagres ali narrados, desde os mais inverosímeis – dar de comer, por duas vezes, a mais de 5 000 pessoas com meia dúzia de pães e meia dúzia de peixes – aos mais caricatos – secar a figueira porque, ao passar junto dela, não encontrou figos – aos mais espectaculares aquando da sua morte - mortos que ressuscitam, saem dos túmulos e andam pelas ruas, toda a Terra a escurecer – culminando com a sua ressurreição e subida aos céus..., tantos são os milagres que, a terem sido verdades factuais, todas as gentes do Império Romano, a começar pelo César imperador, teriam acorrido a presenciar in loco fenómenos tão bizarros e tão frequentes, obviamente dignos de serem admirados pelo maior número de pessoas possível, até para convencimento de que estavam perante o “Filho de Deus”. Mas os historiadores credíveis da época nada dizem a tal respeito... Ora, toda a gente culta sabe que os milagres realmente não existem. Simplesmente porque não podem existir. São algo tão improvável, por não fazerem parte da natureza humana, que só por absurdo se podem aceitar, como nos quer convencer a Igreja católica para elevar aos altares beatos e santos. São anti-natura e pertencem ao domínio do que chamam, fantasiosamente, o sagrado, sagrado que, obviamente – se quisermos ser mais precisos e incisivos – não existe para a Ciência. Os milagres de Mateus “existiram” na mente do autor apenas com o objectivo de divinizar a personagem que seria o pilar da nova religião nascente: Jesus, a quem, por isso, chamaram o Cristo, o Messias, o Ungido, o – veja-se só o descaramento! – Filho do Deus verdadeiro. Que Deus verdadeiro, santo Deus de todos os deuses?!!!
Conclusão lógica:
As religiões e as suas igrejas e hierarquias existem “de facto” porque são uma realidade; mas não existem ou não deviam existir “de iure” (de direito) porque são todas uma falácia ou uma grande efabulação, todas baseadas em não-factos ou em não-verdades!
Pela sua relevância, voltaremos mais tarde a estes argumentos.

Desmistificação de mitos e crenças

A Ciência já veio desmistificar praticamente todas as religiões, todas as crenças, todos os mitos criados, inventados ou construídos pelo Homem ao longo da História. Aliás, quanto mais a Ciência evolui e nos desvenda os segredos do Universo e, nele, a Terra e, nesta, o Homem e a Natureza, mais as religiões e seus mitos deixam de ter sentido face a uma razão que é apanágio e a característica mais nobre do Homem. Até parece incrível como é que, tendo havido já um Copérnico, secundado por um Giordano Bruno e um Galileu, que provou o heliocentrismo e um Darwin que nos mostrou o aparecimento do Homem pela evolução natural das espécies, juntamente com todas as descobertas acerca da força e da energia que regem a Terra e as estrelas..., parece incrível que ainda haja tantos e tantos adeptos nas religiões e tantos sacerdotes ou levitas que gravitam à volta delas continuando a apregoá-las como verdade quando – e muitos deles disso estarão convencidos! – são simplesmente puras falsidades, usando e abusando da ignorância das gentes. Mas esta é a realidade que temos. As razões serão essencialmente duas: 1 – Da parte dos crentes, o temor da morte e a total incógnita do Além, não sendo capazes de aceitar nem uma nem outra, senhores de uma razão que é capaz de pensar tudo isto, inclusive almejar a eterna juventude que tem de ser em outro mundo e sob outra realidade já que esta vida tem com a morte implacável o seu fim. 2 – Da parte dos mentores religiosos, o aproveitamento de tais razões para viverem comodamente instalados a venderem aos primeiros os seus sonhos de eternidade – e quem não gostaria que tais sonhos se realizassem? – baseados apenas numa falsa Fé...

O grande Moisés

Tendo já visto que o tempo – 4 a 7 milhões de anos a existência do Homem, 40 000 a existência do sapiens sapiens, 2 a 3 mil o aparecimento das religiões monoteístas – é o grande argumento contra a veracidade do deus que as actuais religiões nos oferecem, analisemos de mais perto o que nestas histórias resta de História.
Moisés – cujo nascimento está adornado da história comum a outras figuras carismáticas conhecidas na época, i.é. o seu salvamento das águas do rio onde fora lançado – excelente político e estratega militar, criou/inventou o seu Deus Javé, vingativo, ciumento e sanguinário, para melhor “domesticar” o povo “de cabeça dura” que liderava. Assim, já não era ele que ditava leis, já não era a ele que o povo tinha de obedecer mas a Javé e às suas leis, ditadas da sua própria boca. Haverá algo de mais convincente e alienador das consciências? É que, se não cumprissem normas e leis, os castigos de Javé, individuais e colectivos, seriam implacáveis. Os sucessores de Moisés aproveitaram a brilhante ideia e consolidaram-na ao longo de c. de mil anos, rodeados de uma forte e influente classe sacerdotal, classe que, de mãos dadas com os políticos, se encheu de privilégios, secundados ainda pelos escribas do tempo que se arvoraram em profetas de Javé, “profetizando” o que já havia acontecido ou o que era facilmente previsível que acontecesse...

O inigualável Jesus Cristo

Jesus, a quem chamaram o Cristo, renegando com toda a certeza o Javé sanguinolento do A.T., pregou um Deus-Pai do qual todos os Homens seriam filhos, defendendo ao mesmo tempo e concomitantemente a fraternidade universal. Desse grande homem, judeu entre os judeus descendentes do grande estratega militar e grande político Moisés e herdeiros de Javé com os seus levitas e sacerdotes, escribas e fariseus, tendo pago com a morte o ter-se insurgido exactamente contra esses levitas e sacerdotes, escribas e fariseus, sobraram três grandes coisas: 1 – dividiu a História em a.C. e d.C.; 2 – defendeu a fraternidade universal dizendo que todos os homens são irmãos, pois todos filhos do único Deus verdadeiro; 3 – foi a origem de uma nova religião - o cristinaimso - tendo sido divinizado e chamado de Cristo, i.é., o Ungido, o Escolhido de Deus, enfim o Messias, o Salvador (para os Judeus, um salvador terrestre, naquele caso, do jugo romano – o que, aliás, não veio a concretizar-se – e para os cristãos um salvador espiritual, sendo Filho do próprio Deus que seria trino em pessoas).
Noutros textos, veremos que, tal como todas as outras religiões, o cristianismo nasceu por interesses os mais diversos, desde os religiosos aos políticos, divinizando-se uma personagem e toda a sua vida, do nascimento à morte, ao modo das muitas divindades conhecidas da época.

Maomé

Maomé, no séc. VII d. C., tentou adaptar o Judaísmo e o Cristianismo às tradições e culturas ancestrais do mundo árabe, escrevendo o Corão onde proclama um “novo” Deus, que dá, em árabe, pelo nome de Alá. É um Deus exclusivo, tal como o Javé de Moisés: “Alá é o único Deus e Maomé o seu profeta” – faz ele recitar, logo de início, a todos os que veneram o Corão. E todas as suras (capítulos) do Corão começam pelo slogan “Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso”. O que é certo é que a expansão do Islão se deveu muito mais à espada e à jihiad ou guerra santa, (e continua a sê-lo!), gerando-se os conflitos e as mortandades que se conhecem da História antiga e actual, do que à clemência e à misericórdia de um qualquer Deus... Fantástico, não é?
(Não esqueçamos que a História está cheia de guerras religiosas e de atentados contra a humanidade, indo, no Cristianismo, das Cruzadas, à Inquisição, à chacina não evitada entre os índios e os escravos na época dos Descobrimentos...)

O Cristianismo

Fazendo-se concorrência em número de fiéis (os outros são e sempre foram, para uns e para outros, “os infiéis”!), cristãos e muçulmanos rondam, no total, os 3 a 4 mil milhões. Mais de metade da humanidade!
O Cristianismo já conheceu, na sua curta história de c. de 2 000 anos, cismas e guerras, séculos de negritude e de vilanias, lutas intestinas pelo poder temporal e religioso. Recordemos apenas – apenas?! – o cisma do Oriente que separou Ortodoxos e Católicos, o cisma protestante que criou novas igrejas e inúmeras seitas, o cisma de Avinhão que propiciou a existência de vários papas ao mesmo tempo, os cerca de dois séculos de papas corruptos e escandalosos, as Cruzadas contra os infiéis muçulmanos, enfim, a “Santa” Inquisição que perdurou até meados do séc. XIX.
De qualquer modo, pouco desta agressividade continua nos dias de hoje. E, nas igrejas cristãs, o humanismo parece ser a palavra de ordem, embora continuem a apregoar inverdades, alienando o espírito dos que, por enquanto, se vão dizendo crentes, com o ensino de um catecismo absolutamente retrógrado, embora compreendamos que não poderia ser muito diferente já que se baseia nos pressupostos de uma Igreja dizendo-se detentora da Verdade, facto que tentaremos provar ser totalmente falso ou, se quiserem, totalmente falacioso!
Uma grande virtude: As igrejas cristãs já não perseguem os denunciadores das inverdades que apregoam. De outro modo, nós não poderíamos exprimir-nos, por aqui, tão livremente!...

O judaísmo

Das três religiões monoteístas, são os Judeus que têm a mais longa história: c. de 3 000 anos! E é uma história bem heterogénea! Os Judeus não são só os “pais” do Judaísmo, mas também do Cristianismo e do Islão; como são um povo que lutou, em tempos de Moisés, Josué, David e Salomão, para se apoderarem das ricas terras do Vale do Jordão, a Palestina, ao tempo habitada por filisteus e cananeus, fundando ali Israel; povo ainda que inventou o Deus Javé e criou a Bíblia; e povo donde surgiu um Moisés, um Jesus Cristo, um Einstein, um Karl Marx e tantas outras celebridades, galardoadas com prémios Nobel; povo que actualmente domina o mundo na finança, nos petróleos, nos diamantes e que inventou a usura que faz as “delícias” do sistema financeiro actual...; povo que sempre quis singrar no mundo mas sempre se viu empurrado para guetos nos países onde criava raízes; o único povo da História a sofrer um holocausto em tão vasta escala. Mas um povo com uma religião que não quis impor à humanidade e que vive voltada sobre si mesma, agarrada à sua “Terra Prometida” e ao seu sagrado “Muro das Lamentações”... Hoje, incompreensivelmente, pois a fertilidade da mulher sempre foi – ou era? – sentida como uma bênção de Javé, os Judeus não serão mais de 20 milhões e continuam a sua história de guerras pela posse daquela “Terra Prometida” que a todo o momento parece querer fugir-lhes das mãos, apesar de lhes ter sido prometida por Javé há mais de 3 mil anos... E tudo, após uma atribulada e unilateral declaração de independência em 1947.

O Deus credível

O Deus credível para a razão humana só pode ser o preconizado pela Ciência, ou seja, o que nos é apontado pelas estrelas e a infinitude do firmamento ou do Universo! E isto, por oposição aos “deuses” que as religiões actuais nos apresentam. Aceitar, por exemplo, um Deus como o dos cristãos que não encontrou melhor solução para salvar a humanidade do que apresentar-se na forma de um filho que encarnou numa virgem e, depois, sujeitar esse filho à morte ignominiosa de uma cruz, é a mais dramática mistificação que algum cérebro humano seria capaz de congeminar! Mas ela aí está a “convencer” mais de mil milhões!
No entanto, ninguém tenha dúvidas: um Deus inteligente e omnisciente, conhecendo o futuro, ou ter-se-ia manifestado ao Homem aquando do seu aparecimento na Terra – c. de 4 milhões de anos para o hominídeo, c. de 40 000 anos para o sapiens sapiens – em ordem a salvar todos os humanos, desde o seu início, ou tê-lo-ia feito neste século das comunicações rápidas, atingindo assim, num só dia, toda a população da Terra, não necessitando dos imbróglios em que a fantasia de uns quantos iluminados o meteram, fazendo-o manifestar-se há 2 000 anos... E, infelizmente, continuam a meter!
Será caso para dizer: “Pobre Deus!” Ou que o Deus das religiões se revela como um absurdo, um total Não-Deus! Absolutamente!
(A proposta de uma nova religião, a religião do futuro, baseada na Ciência e no Conhecimento, com este Deus credível, foi apresentada no livro, “Um Mundo Liderado por Mulheres”, Esfera do Caos Editores, disponível na Net.)