sábado, 23 de fevereiro de 2013

Interregno “imposto” por JC: “a eternidade possível ao Homem”

Eis o tema dos temas abordado na conversa entre JC e Nicodemos. Embora já aqui dissecado, pela sua magna importância, voltemos a interrogar-nos sobre ele, interrompendo a narrativa de JC da sua própria vida, tanto quanto nos é possível vislumbrá-la, nesta fase pre-pública – adolescência, juventude estendendo-se até ao homem de 30 anos – sobre a qual não existem quaisquer documentos. E, mesmo para a sua infância e vida adulta activa, os evangelhos – como já o provámos aqui – não são de modo algum documentos fiáveis historicamente, pois não tinham a finalidade de fazer História, mas tão somente de mitificar o Jesus da História no mito em que se tornou: Cristo. Refira-se apenas que se o que os Evangelhos narram fosse facto histórico, nem Flávio Josefo, nem Fílon de Alexandria ou até Suetónio – historiadores da época – teriam omitido o impacto da notícia, notícia que se teria repercutido por todo o Império Romano, daqueles estrondosos milagres: os cegos vêem, os coxos andam, os mortos ressuscitam, sete pães e sete peixes multiplicam-se para alimentar milhares de pessoas, sobrando, depois de todos saciados, enormes quantidades – que desperdício, santo Deus, impróprio de quem faz o milagre, pois deveria ter feito os cálculos certos... – etc., etc. O silêncio daqueles historiadores é a prova incontestável da não-historicidade dos evangelhos; ou, se quiserem, as narrativas dos evangelhos são pura e simplesmente falsas, produto da imaginação dos mentores religiosos da época, mentores que queriam à força – ou necessitavam dele?! – um Messias que os libertasse do jugo romano, cumprindo as profecias das Escrituras.
Ora, que eternidade será possível ao Homem? Poderá o Homem ser imortal? Poderá ter começado num dado momento do Tempo e, morrendo-lhe o corpo, prolongar-se pela eternidade numa outra forma, forma até agora desconhecida de todos os humanos, apesar dos milhares de milhões que já “fizeram a experiência” e dos muitos milhares que todos os dias são obrigados, pela força da Natureza, a sujeitar-se a ela, estando a nossa vez bem guardada, mas implacavelmente assegurada no segredo dos deuses?
Respondem as Teologias das diversas religiões que SIM. Respondem as Filosofias que TALVEZ. Respondem a Razão e a Ciência que NÃO!
E o ser pensante – o Homem, nós, cada um de nós! – sem saber que atitude tomar ou que decisão abraçar, no meio desta tricotomia!!! Fácil é dizer que cada um acredite no que quiser. Nisso, é totalmente livre. Sê-lo-á? Basta olhar para as alienações que as religiões provocam nas mentes de vários biliões de humanos, sobretudo nos mais ignorantes, os mais afastados da Ciência e do conhecimento, os impedidos de usar o seu pensamento crítico sobre as “verdades inquestionáveis” que lhe impõem. Psicologicamente, é claro! Então, lá se vai a liberdade de pensar ou de... se decidir pelo NÃO, o TALVEZ ou o SIM.
Nós, aqui – completamente libertos dos tabus religiosos! – optamos pela Ciência e pela Razão. É que além de criticamente chegarmos à conclusão de que todas as religiões são falácias, pois fruto de imaginações mais ou menos fantasistas de alguns ditos iluminados – homens e não mulheres, vá lá saber-se porquê! – não conseguimos aceitar/compreender que o Homem, fruto do Tempo, nascido no Tempo, pertencendo no corpo e na alma ao Tempo, possa, seja de que maneira for, integrar-se noutra dimensão: a eternidade ou a imortalidade. Nem que eu o deseje ardentemente! Nem que me corram lágrimas pelas faces de impotência de saber a Verdade, pois quem não quisera não morrer completamente no corpo e na alma e prolongar-se por toda uma eternidade de permanente felicidade? É que não há, nunca houve, nunca haverá provas de tal facto! Se “pegarmos” no próprio JC, quando teve a oportunidade soberana de esclarecer a relação Terra-Céu, na parábola que contou do rico e do pobre que morreram, indo o pobre para o Céu e o rico para o Inferno, e tendo este pedido a Deus para ir à Terra avisar os seus irmãos para não fazerem o mesmo que o levou à perdição eterna, disse as palavras de Deus: “Têm lá os profetas que lhes falam; se não acreditam neles, nem que lhes apareçam os mortos tão pouco acreditarão!” Nada! Ficámos sem nada! Razão óbvia: JC não tinha nada de válido, nada de credível para dizer, apesar de “Filho” Deus... Ou, se quiserem, são dois mundos impossíveis de interligação, sendo o do Céu obviamente inventado pelos agiotas ou criadores de religiões. No caso da parábola, creio sinceramente que se os mortos viessem à Terra avisar do que se passa, “lá em cima”, os vivos – por enquanto, nós! – acreditariam em massa, e as religiões deixariam de ser irracionais... Mas... nada! Um grande NADA que descredibiliza completamente todas as religiões! E quanto à alma, não esqueçamos as conclusões a que já aqui, faz tempo, chegámos: não existe! Melhor: existe, mas material, como material é todo o corpo que a suporta, não podendo ela existir sem ele, tendo como ele sido criada no momento da concepção, desenvolvendo-se com o desenvolver do feto no seio materno: a alma não é mais que o nosso cérebro, bem material, com os seus biliões de sinapses que são capazes da imaterialidade, i. é., de pensamentos e raciocínios abstractos. Mas... será que o pensamento, a abstractilidade são imateriais, se são elaborados por meios materiais, não podendo o efeito ser completamente diferente da sua causa?...
E... voltamos à liberdade de cada um de acreditar no que quiser ou... no que puder, dependendo da religião que o aliena, com uma verdade absolutamente certa: se a eternidade existe para o temporal Homem, tanto o será para o crente como para o não crente, de nada lhe valendo o SIM, o TALVEZ ou a NÃO da sua/da nossa opção! A outra verdade absolutamente certa e confirmada por todos os que vão morrendo, é que nos transformamos em átomos e moléculas de ferro, carbono, etc., elementos que vão ser utilizados por outros seres vivos como seus constituintes; como, aliás, nós utilizámos os dos nossos predecessores... Nessa vertente, somos eternos, embora tendo perdido toda a nossa individualidade. Eu... fui e não mais voltarei a ser Eu! Digo-o com revolta e as lágrimas correndo, mas absolutamente convencido de tal VERDADE!!!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (16/?)


    Sem perceber onde eu quereria chegar, Nicodemos pensou que melhor mesmo seria aguardar pelo meu ministério e também ele, integrando-se na multidão de ouvintes, encontraria lá as respostas que tão dramaticamente procurava. Em boa verdade, nada mais lhe interessaria saber ou ter na vida, uma vida plena, homem rico e abastado que era. Adorava a luz do Sol espraiando-se todas as manhãs no verde das árvores, nos cumes dos montes, nos horizontes a perderem-se no azul do céu! Adorava os prazeres dos mais comezinhos do comer e beber aos mais sofisticados, não perdendo uma oportunidade de se deixar levar ao céu de todas as delícias por amores que lhe iam acontecendo na vida, neles incluindo os da sua bela Herodíade! Adorava os segredos matemáticos, os mistérios de um Universo desconhecido que se ia descobrindo para além da beleza das estrelas! Mas o Além totalmente desconhecido, um Além bem oculto por Deus ou pelos deuses aos seus olhos, esse é que não dava sossego nem paz à sua alma de crente-não-crente inveterado. E, então, pensava que talvez o Reino de Deus fosse o reino celestial no qual os indivíduos entrariam depois da morte, após o julgamento no Dia do Juízo Final. Mas como? − perguntava-se. − Depois de uma ressurreição do corpo e da alma, conforme diziam os filósofos persas, ou apenas pela entrada da alma em tal Reino que, por não ser corruptível como o corpo, fosse “exigir” o seu direito à imortalidade, segundo o pensamento grego? Ou talvez fosse apenas um Reino social de justiça perfeita, sem pobreza, sem ricos que tudo tinham e pobres que morriam de fome, vindo Deus a ocupar-Se dele, já que era Senhor do Céu e da Terra, e já que o Homem nunca conseguiria, por si só, implementar tal justiça...
    Vendo-o preocupado, revelei-lhe:
    − Para te ser sincero, Nicodemos, apesar das parábolas que te contei, não sei bem o que é o Reino de Deus. Nem tão pouco se ele está iminente. Tudo leva a crer que sim, que algo de muito estranho esteja para acontecer. Basta ler as Escrituras e “ler” os tempos que correm. Mas eu vou aprofundar tal ideia para depois poder transmiti-la às multidões. Talvez então tenha uma melhor explicação para ti, uma melhor explicação para mim! O deserto, Nicodemos! O deserto chama-me! O deserto é para onde tenho de ir que é lá, no silêncio profundo do calor abrasador e das noites gélidas, que Javé me inspirará, que o Espírito insuflará na minha mente toda a sabedoria, todo o saber que irei transmitir a todos para a todos apelar à conversão e ao arrependimento, preparando-se assim para a vinda do Reino e o fim próximo dos tempos.
    − Parece que ainda não ouviste falar num tal João, o Baptista, que, dizendo-se enviado de Deus, anda pregando junto ao Jordão exactamente esse fim dos tempos e convida as multidões ao arrependimento, oferecendo-lhes um baptismo nas mesmas águas. Sabes quem é?
    − Não, mas irei ter com ele depois que deixar o meu retiro. Agora, adeus! Vou para o deserto. Vou à procura da Sabedoria de Deus, a sabedoria de meu Pai, para que possa dar resposta à tua... vida eterna! Vou tentar encontrar-me a mim próprio e à missão que sinto ter de desempenhar mas não sei como, nem quando, nem por onde começar. Tenho apenas algumas ideias: o Reino de Deus, a restauração da nação de Israel e das suas doze tribos, o fim dos tempos, a alegria para os pobres, essa vida eterna que me “encomendaste”! Voltarei a ler o livro da Sabedoria que também te aconselho, embora não pertença ao cânone definido pelos nossos doutos Doutores. Afinal, não sei se conseguirei melhores ideias de imortalidade e de Reino de Deus do que aquelas que o autor desse lindo livro escreveu, ainda não há muito tempo.
    − Vai, meu filho − disse-me Nicodemos carinhosamente e em tom paternal. − Vai! E, depois, deslindar-me-ás a “pérola preciosa” que procuro e pela posse da qual darei toda a minha riqueza, toda a minha vida, não me perdendo para sempre no reino das trevas ou no Hades, a única solução que os filósofos gregos encontraram para o Além da morte, acreditando na imortalidade, mas não sabendo como realizá-la, nem quando, nem onde.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (15/?)


A vida adulta
I
O regresso à Pátria
    Depois de uns longos vinte anos a aprender e a crescer naquelas sabedoria e graça diante de Deus e dos Homens, pelos reinos do Sol nascente, regressei definitivamente à Palestina, hospedando-me em casa de Nicodemos, após ter ido matar saudades dos pais Maria e José e dos irmãos que se ficaram por aprendizes de carpinteiro ou se industriaram nas artes da pesca: Tiago, José, Judas e Simão. E também das irmãs, as duas que haviam casado e que moravam ali na cidade, as outras que ainda estavam em casa dos pais.
    E vinha cheio de sonhos, cheio de ideais. Na minha mente bem conhecedora das Antigas Escrituras, caldearam-se outras crenças, outras religiões, ciências ocultas, magias e segredos, material que iria utilizar na vida pública a começar muito em breve, pois os tempos estavam prenhes e tornava-se necessário dar-lhes corpo e alma, como anunciara ao meu patrono logo que chegara:
    − Sinto que o fim dos tempos está próximo, Nicodemos. Não posso perder mais tempo! Tenho de ir! Javé, Pai do Céu e meu Pai, quer que eu parta! Quer que eu vá por toda a Galileia, a Judeia, a Samaria, a Pereia, por todo o Israel, anunciar a iminente vinda do Reino de Deus. Não tenhas dúvidas: os tempos vão acabar, a vida na Terra chegou ao fim, o grande Juízo Final aproxima-se; e quem não se arrepender e não estiver preparado não conseguirá livrar-se da morte, a morte eterna. Javé-Deus incumbiu-me da missão de transmitir esta mensagem que também é anúncio de uma Boa Nova: a vinda do seu Reino, um Reino de justiça, de paz, de amor e fraternidade entre os Homens. Se não cumprir tal divina missão, serei réu sem perdão, maldito de meu Pai, digno de arder para sempre na geena que nunca se extingue!
    Falava com ardor, como se fora possesso. E Nicodemos interrogou, intrigado:
    − Mas... o que é o Reino de Deus?
    − Não posso responder-te numa palavra só − retorqui-lhe. − Vê se entendes!
    E expliquei, argumentei, recitei Escrituras, fazendo lembrar a Nicodemos aquela voz que se levantara por detrás das colunas do Templo, havia já vinte anos, quando nos conhecemos:
    − O Reino de Deus é como... a boa semente que caiu no campo e “lutou” com o joio..., o pequeno grão de mostarda que dá uma grande árvore..., o fermento que leveda toda a massa..., o tesouro escondido..., a pérola preciosa..., os peixes bons que na hora da recolha se separam dos que não prestam...
    − Não entendo essas tuas comparações, essas parábolas, esse teu Reino de Deus. Ou se quiseres, entendo-o de várias maneiras como muitos certamente o entenderão se não fores mais claro. Entenderão uns que tal Reino é realmente Deus que desce do Céu onde o seu Reino é permanente e eterno, para governar a Terra. Outros...
    − Não vês tanta pobreza, tanta injustiça, tanto egoísmo no coração do Homem que não socorre o seu irmão? Não vês que se não for Deus a vir, o Homem não consegue, ambicioso que é, criar um mundo de igualdade e de solidariedade, de amor ao próximo? Lembras-te do que eu disse, ainda jovem, no Templo: “Esqueçamos o Olho por olho e dente por dente das velhas Escrituras e pensemos em fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós”?
     − Sim. Mas tu já sabes, Jesus, que o que eu pretendo não é um reino de Deus ou dos Homens, um reino na Terra com poderes e riquezas. Riquezas, já as tenho quanto baste. O que me importa é a... vida eterna, a vida para além da morte. Conseguir-me-ás então uma resposta?
    − Quando ensinar nas sinagogas, nas praças, nas ruas, pelos bairros, nas colinas, todos ouvirão a Boa Nova, ricos e pobres mas sobretudo estes pois são eles os desprezados pelos grandes do mundo. Quanto à “tua” vida eterna, já mencionada nas Escrituras, no Segundo Livro dos Macabeus de há cerca de 150 anos, com a esperança na ressurreição da carne: “Vale a pena morrer pela mão dos Homens, quando se espera que o próprio Deus nos ressuscite... para a vida”, mas sobretudo no Livro de Daniel: “Muitos que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e infâmia eternas.”, espero conseguir não defraudar as tuas expectativas. Apresentar-te-ei a vida eterna no Céu, com Deus-Pai que acolherá benevolamente os justos, não fazendo mistério como faz o Livro da Sabedoria, escrito há uns 50 anos, quando diz que os justos “esperam a imortalidade”, que “A imortalidade faz com que a pessoa fique perto de Deus” e que “A imortalidade está na união com a sabedoria”, mas indicando o caminho certo para a alcançar. Não sei é se te convencerei, se convencerei o mundo de que a Verdade esta nas minhas palavras...

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (14/?)



VI
Pelas terras do Sol nascente
    Contactando e convivendo com confucionistas, budistas e hinduístas, foi no budismo e nas suas belas histórias que mais me inspirei para caldear os ensinamentos relatados nos evangelhos, indo da teoria da iluminação à compaixão, ao amor ao próximo, à libertação das coisas terrenas que são a fonte de todo o sofrimento, não enveredando no entanto pelo caminho das reencarnações como forma de aperfeiçoamento e de atingir o nirvana ou a felicidade absoluta, preferindo recriar o meu Céu e o correspondente Inferno, o meu Pai que está nos Céus, a minha vida eterna. Foi portanto aos ensinamentos de Buda, séc. VI-V a.C., também inspirados nos sagrados livros dos Vedas, que fiquei a dever o essencial da mensagem evangélica: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”; mas também o amor aos inimigos, elegendo a compaixão como lema do relacionamento humano, assim como o não querer aglomerar riquezas na Terra que facilmente se corrompem, preferindo acumulá-las no Céu onde permanecerão para sempre... Foi também no budismo e com os seus monges que aprendi a técnica da imposição das mãos, como tradicional método de transmitir a energia universal curativa que existe no ser vivo que é o Homem, explicando-se assim algumas curas que realizei, impondo as mãos, solicitando àquele ou àquela que ia ser curado ou curada que tivesse fé: fé na sua cura, obviamente: “Vai, a tua fé te salvou!”, mesmo que a atribuísse a uma força divina...
    Dos sagrados livros dos Vedas retirei o conceito da trindade divina, com Vixnu, Brama e Shiva, trindade que iria deixar envolta em mistério, nela fundamentando João a sua cristologia, fazendo-me dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai” e “Enviar-vos-ei o Espírito”. É uma trindade óbvia, com um Pai, um Filho e um Espírito unindo-os, e que seria mais tarde imposta como dogma, com o imperador Constantino, em 325, três séculos passados sobre a minha morte, no concílio de Niceia.
    Na China, tive conhecimento dos ensinamentos de Confúcio, filósofo contemporâneo do indiano Buda, e dos princípios da sua escola com as ideias de altruísmo, sabedoria moral, integridade, justiça, rectidão e honradez, bem como das teorias do taoísmo que se mesclavam com as do budismo e as do hinduísmo. Mas se o “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti” está subjacente à filosofia do budismo, do confucionismo, do bramanismo, a fraternidade e igualdade entre os Homens eram também apregoadas por filósofos gregos e romanos, defendendo Pitágoras (séc.VI a.C.) o perdoar aos inimigos, Platão (séc. V-IV a.C.), a tolerância, o humanismo e a virtude, Aristóteles (séc. IV a.C.), o amor e a justiça como base das sociedades, Séneca (séc. I), o domínio das paixões e dos prazeres mundanos, defendendo os escravos ao proclamar que todos os Homens eram iguais e que todos se deviam amar uns aos outros numa grande fraternidade universal.