À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 1
- Lê-se na
Introdução ao Livro do Êxodo: “A palavra Êxodo
significa
saída. (…) Os hebreus
saíram (…) do Egipto, onde eram escravos (…)
por volta do ano 1250 a.C. (…) A
mensagem central do Êxodo é a
revelação do nome do Deus verdadeiro: JAVÉ. (…)
Os capítulos 25-31
e 35-40 foram acrescentados por sacerdotes após o exílio na
Babilónia.”(ibidem) Mais uma vez perguntamos: Porquê divino, sagrado,
um livro
que narra um momento da história de um povo? E que tem
acrescentos feitos por
sacerdotes de cuja inspiração divina podemos
duvidar? Mas… vamos lê-lo! Vamos à
procura da “sua” VERDADE!
- “Os
filhos de Israel (…) multiplicavam-se (…) a tal ponto que o país
ficou repleto
deles. (…) Então o Faraó ordenou a todo o seu povo:
Lançareis ao rio Nilo todo o menino que nascer e deixareis viver todas
as meninas. (…) Uma mulher deu à luz um filho. Vendo que era bonito (…)
pegou num cesto de papiro (…) colocou nele a criança e depositou-a
entre os
juncos na margem do rio. (…) A filha do Faraó desceu para
tomar banho (…) e viu
o cesto .(…) Ao abrir o cesto, viu a criança (…)
compadeceu-se e disse (…) à
mulher (hebreia): Leva este menino
e cria-o que eu te pagarei. Quando o menino
cresceu, a mulher
entregou-o à filha do Faraó que o adoptou e lhe deu o nome de
Moisés,
dizendo: Eu tirei-o das águas.”
(Ex 1,7-22; 2,1-10)
- História
comovente, esta de Moisés! Embora não original, já que
outras histórias
semelhantes de heróis de épocas passadas corriam
entre os povos semitas, é essencial
descrevê-la: ele vai ser o grande
libertador do povo de Israel do cativeiro do
Egipto. Mas… que verdade
divina haverá nela?
- “Moisés
cresceu e (…) notou que os seus irmãos eram submetidos a
trabalhos forçados.
(…) Um dos seus irmãos hebreus estava a ser
maltratado por um egípcio (…),
matou o egípcio e enterrou-o na areia (…).
O Faraó ouviu falar do facto e
procurou matar Moisés (…). Moisés fugiu
e refugiou-se no país de Madiã (…) que
deu a Moisés a sua filha Séfora (…).
Moisés apascentava o rebanho do seu sogro
(…). O anjo de Javé apareceu
a Moisés numa chama de fogo do meio de uma sarça
(…). E do meio da
sarça, Deus chamou-o: Moisés,
Moisés, (…) Eu envio-te ao Faraó para tirares
do Egipto o meu povo, os filhos
de Israel. (…) Eu sou Aquele que sou.”
(Ex 2,11-22; 3,1-14)
- Mais um
momento fundamental da Bíblia: Deus manifesta-se a Moisés
e dá-lhe a missão de
libertar o Seu povo. Mas… porquê Deus? Porque
não foi simplesmente Moisés que,
“no sossego das pastagens, do ritmo
dos rebanhos, (…) ia pensando certamente na
sorte dos seus”
(Notas a Ex 3, 1-6, ibidem)?
Os diálogos que se seguem entre
Javé e Moisés são deliciosos. A
familiaridade entre ambos instala-se
facilmente. Todas as hipóteses
e perigos são ventilados, incutindo coragem e incentivando
Javé a Moisés.
Então, dá-se o primeiro milagre do Êxodo (se é que todo este
encontro
com Deus de Moisés não é já grande milagre…): a vara de pastor de
Moisés, caída ao chão, transforma-se em serpente e, apanhada esta
pela cauda,
novamente se transforma em vara… Então Javé disse: “Isto
é para acreditarem que
Javé (…) o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o
Deus de Jacob, te apareceu.” (Ex
4,5) - Que Deus é este, com que rosto
ou com que figura se apresentará aos seus
preferidos, desde Adão e Eva,
a Caim e Abel, a Noé, a Abraão, Isaac, Jacob e,
neste momento da História,
a Moisés…? Figura humana, pelo “Façamos o homem à
nossa imagem e
semelhança.”? Este Deus será o Deus de todos os povos, de todas
as gentes,
de todo o Universo e foi Ele que escolheu aquele povo ou… foi aquele
povo que o inseriu na sua História para assim, de história em história,
encontrar explicação-justificação para cativeiros, guerras, lutas, derrotas,
vitórias, paraísos perdidos?… Ah, como toda esta cena da sarda ardente
donde
fala Deus a Moisés nos parece plena de fantasia e até de poesia
mas com tão
pouco de divino! Ou mesmo nada de divino, apenas inspiração do
autor, escrevendo
romance ou novela de encantar!