quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 72/?

À procura da VERDADE no 
Primeiro Livro dos MACABEUS 1/2

- “O texto foi escrito em hebraico no início do séc. I a.C. (…) Os livros 
dos Macabeus são a única fonte que nos informa sobre a História do 
povo eleito na época helenista (…). Ambos os livros estão irmanados num 
tema: graças à intervenção divina, Judas Macabeu e os seus irmãos 
reconquistaram a autonomia nacional (…). O segundo livro (...) 
sublinha a importância da festa da purificação e dedicação do Templo 
(10,1-8), baseia-se numa teologia finalista em que os acontecimentos são
interpretados como vontades divinas, e inova nos capítulos da
ressurreição, da criação (7,28) e da eficácia da oração e do sacrifício em
favor dos mortos. No conjunto, a religião e a nação judaica andam de
braço dado: a revolta é guerra querida e abençoada por Deus (…). A
estreita associação entre religião revelada e patriotismo não está isenta de
ambiguidades. (…)” 
(Introdução ao Primeiro Livro dos Macabeus, ibidem)
- “… inova nos capítulos da ressurreição, da criação (7,28) e da eficácia 
da oração e do sacrifício em favor dos mortos”. Ressurreição! Oração 
e sacrifícios pelos mortos! Fala-se, obviamente, sem qualquer argumento 
credível para atestar aquela e a eficácia destes. E, apesar de o “nosso” 
comentador não conseguir isentar de ambiguidades o compadrio entre 
religião revelada e patriotismo, não se percebe onde vai ele buscar 
a revelação de tal religiosidade. Obviamente, pura invenção, tanto do 
autor do livro como deste “sábio” comentador!
- Depois, História! Intervenção divina na actuação humana!… A dedicação 
ao Templo! Livros de uma Bíblia escrita ao longo de cerca de um milénio, 
sendo estes do séc. I a.C., já com os romanos ocupando a Palestina, com a 
designação de Judeia. Um livro de História e de guerras: Israel vai ser 
atacado, saqueado, subjugado, destruído até na alma: Jerusalém e o Templo! 
Também mais uma vez, foi castigo pelo grande pecado: “Associaram-se às 
nações pagãs e venderam-se para praticar o mal.” (1Mc 1,15)


- E que dizer dos mil que não lutaram contra os inimigos, por ser sábado, 
cumprindo assim a Lei mas… morrendo? Claro que houve outros que 
decidiram lutar, que isto de perder a vida em nome de uma Lei absurda 
não tem qualquer cabimento: “Lutaremos abertamente contra todo aquele 
que nos atacar em dia de sábado.” (1Mc 2,41)
- Mais tarde, Jesus Cristo vai ter de “lutar” contra os fariseus que defendiam 
cegamente a Lei do sábado: “Suponde que um de vós tem uma só ovelha e 
ela cai num poço em dia de sábado. Será que ele não pegaria nela e não a 
tiraria de lá? Ora um homem vale muito mais que uma ovelha! Logo é 
permitido fazer uma boa acção em dia de sábado.” (Mt12, 11-12)

- Mas vai ser mais uma acha para a fogueira do ódio dos fariseus a Jesus: 
“Logo depois, os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus.” 
(Mt 12,14)

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 71/?


À procura da VERDADE no livro de ESTER 1/1

- “O livro de Ester apresenta-se em duas versões (…) Julga-se 
que a hebraica date da segunda metade do século IV a.C. (…) 
Talvez contenha pormenores intrigantes para nós: violências, 
intrigas palacianas, mortandades indiscriminadas… Há contornos 
exigidos pela convenção literária, outros serão colados à realidade 
histórica monstruosa que os humanos são muito bem capazes de 
erguer em qualquer tempo ou lugar.” (Introdução ao Livro de Ester, 
ibidem)
- Esta introdução levar-nos-ia a dizer: “Sem comentários!…”. Mas 
não resistimos a frisar que até o “nosso” comentador parece estar 
abismado com tantas e tais monstruosidades impróprias de uma 
Bíblia! E vamos ao texto!


                                       Imagem retirada do filme com o mesmo nome

- Começa-se por uma pérfida história bem urdida, com traidores a serem 
denunciados e logo mortos, longos e faustosos banquetes para 
alardear o poder e a glória do rei… Interessante a recusa da linda rainha 
Vasti em se apresentar perante o rei bêbado e sua corte, embora tal 
desobediência lhe acarretassse a perca do trono real e desse origem ao 
decreto machista “ordenando que o marido fosse o chefe da casa.” 
(Est 1,22)
 - Intrigas de corte entre Mardoqueu e Amã levam à ameaça de morte e 
extermínio do povo judeu habitando no reino de Assuero. Mais uma vez! 
E mais uma vez, a oração, a penitência e o jejum são a solução que este 
povo encontra para escapar à morte. Mas… porquê penitência? Porquê 
jejum? Porquê não apenas uma súplica ardente para uma inspiração de 
golpe, imitando Judite? Porquê fazer um Deus “gostar” do sofrimento e 
da humilhação dos homens?
- O que é certo é que Ester substitui Vasti nas graças do rei todo-poderoso 
e será com um ardil seu - talvez mais elegante, mais palaciano que o 
usado por Judite - que salvará o seu povo do extermínio, levando o rei a 
mandar executar Amã na forca que ele havia preparado para enforcar 
Mardoqueu.
- O decreto de abolição da ordem de extermínio dos judeus tem frases 
dignas de menção: “Muitos homens, quanto mais honrados pela 
generosidade dos benfeitores, mais se ensoberbecem e (…) tramam 
armadilhas contra os próprios benfeitores. (…) Embriagados pelo elogio 
de quem ignora o bem, orgulham-se de fugir de Deus que tudo vê, e da 
sua justiça que odeia o mal. (…) Muitas vezes aconteceu que um mau 
conselho dessas pessoas (...) tornou muitos daqueles que detêm o 
poder corresponsáveis por acções sanguinárias reprováveis, provocando 
assim calamidades irremediáveis.” (Est 8,12c-12e)
- Mas… de ameaçados de extermínio passam os judeus a exterminadores: 
“Os judeus passaram a fio de espada todos os seus inimigos. (…) Só na 
fortaleza de Susa, os judeus mataram e exterminaram quinhentos homens e 
os dez filhos de Amã.” (Est 9,5 e 12)
- E pasmem com o pedido macabro de Ester: “Se parecer bem ao rei, 
conceda que os judeus de Susa (…) enforquem os cadáveres dos dez filhos 
de Amã. O rei ordenou que assim fosse feito.” (Est 9,13-14)
- Escandalosa vingança! Repugnante até! Puro sadismo? Euforia 
macabra pelo sucesso do seu ardil ao encantar com seus ais e lágrimas, 
o rei? “Ester tornou a falar com o rei. Caiu a seus pés e chorou (…)” 
(Est 8,3)
- E há mais mortandades! “Os judeus das outras províncias (…) mataram 
setenta e cinco mil adversários (…)” (Est 9,16). Não sabemos se isso 
corresponde a qualquer verdade. Mas mais uma vez constatamos que esta 
Bíblia se alimenta de morte e de sangue e pouco ou nada tem de divino.
- O final é estranho: Ester não levanta para Javé um cântico de louvor. 
Apenas “Mardoqueu comenta: Estas coisas aconteceram por obra de Deus. 
(…) Sim, o Senhor salvou o seu povo. (…) Deus lembrou-se do Seu povo 
e fez justiça à sua herança.” (Est 10,3a-3j)
- A pergunta mantém-se: como pode Deus fazer tais coisas? Como pode 
mandar aniquilar uns para salvar os outros? Isto não é de certeza de Deus 
mas dos Homens. Por isso, caro Mardoqueu, não fales em Deus! Fala na 
tua ganância de vida, de riqueza, de poder… a qualquer preço, ou seja, 
ao preço da vida dos que tal não te permitem! Assim, sim! Esta é a pura 
verdade!

- E foi mais um livro bíblico onde não encontrámos nada de divino nem, 
obviamente, a VERDADE que procuramos! 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Virgem negra de Czestochowa


 A história, melhor, a lenda da origem da Virgem Negra  de Czestochowa 
é simples. Ei-la na Wikipedia:



«Conforme tradição muito antiga, o quadro de N. Sra. do Monte 
Claro é cópia fiel da pintura feita pelo evangelista São Lucas. 
Seguidas vezes, São Lucas visitava a Virgem Maria, colhendo 
dela pormenores da infância de Jesus. Foi numa dessas 
ocasiões que ele, na própria tábua da mesa de cedro que Nossa 
Senhora usava para seu trabalho e oração, pintou sua imagem.
Diz a lenda que, ao iniciar a pintura do rosto da Virgem Maria, 
deteve-se pensativo, preocupado em exprimir da melhor forma 
possível toda a beleza da Mãe de Deus. Profundamente recolhido, 
cochilou e adormeceu por alguns instantes e, acordando, 
surpreendeu-se ao encontrar o quadro pronto, no qual o rosto de 
Maria, de celestial beleza, estava pintado.»

A cor negra parece advir do fumo de muitas velas ardidas em seus altares, 
durante 13 séculos, até aparecer na Polónia, palácio real de Ladislau, em 
finais do século XIV, atribuindo-se-lhe milagres, romances, mistérios, 
construindo-se o seu santuário, perto de Varsóvia, em Czestochowa.

Visitei-a. Lá estava. Escura e nada bonita, nada da beleza celestial 
anunciada, com duas riscas (dizem uns que são as lágrimas da virgem 
sofredora, outros, riscas feitas por espadas assassinas…) rasgando-lhe 
a face esquerda.

Caricato: agora, todos os dias a Virgem “aparece”! Encenação quase 
perfeita, criando suspense: uma capela grande; um altar; 14H30; seis 
sacerdotes vestidos de branco ajoelham; rufam os tambores; sobre o 
altar, o quadro da pintura da Virgem negra, ricamente adornado, 
coberto por uma tela; sobe a tela muito devagarinho; tocam trombetas; 
as pessoas ajoelham; as pessoas choram; as pessoas imploram graças… 
Silêncio! Tempo total: uma boa meia-hora. Depois, sai-se. Sem ruído, 
que o momento é de recolhimento e de oração. Oração a uma pintura, 
suposta réplica da suposta pintura de João… 


                               Capela com a virgem negra, depois de "aparecida"

Quem terá inventado mais este “milagre” para fazer crescer o mistério desta 
lenda que agora é venerada como real?

Na Polónia, o ex-papa Santo João Paulo II, (feito santo pelo mesmo 
processo dos outros: curas supostamente milagrosas mais ou menos 
fundamentadas, mas, obviamente, forçadas…), pontua em todo o lado: 
igrejas, praças e jardins. Claro que, como bom e devoto polaco, (95% 
dos polacos dizem-se católicos e 50% desses dizem-se praticantes), 
visitou o santuário da Virgem negra. Aliás, parece que não houve 
santuário mariano no mundo que ele não tivesse visitado. Os benefícios 
desses seus périplos para o tesouro do Vaticano – e o seu banco corrupto… - 
foram e são, de certeza, vultuosos. Nunca se saberá quanto, pois, nos 
negócios como na Igreja, o segredo é a alma!

Uma cópia de uma pintura! Uma lenda! Uma lenda baseada numa tradição 
antiga! Nada de Histórico, pois, nada de factual, nada podendo ser provado 
como tendo acontecido. Este fenómeno faz lembrar o que se passa por esses 
santuários do mundo, nomeadamente o de São Tiago de Compostela cuja 
lenda virou de tal modo "realidade" que as peregrinações são muitas e 
exuberantes, desde séculos medievais com peregrinos provenientes de toda a 
Europa, trilhando os célebres caminhos de São Tiago ou…Santiago!


Afinal, quem inventou todas estas lendas? Quem as alimenta e faz negócio 
delas? Ou, se quiserem, para que serve a religião? Melhor: a quem 
serve a religião?

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 70/?


À procura da VERDADE no livro de JUDITE – 2/2

- Então, Judite entra na muralha: “Esta é a cabeça de Holofernes (…) 
O Senhor matou-o pelas mãos de uma mulher.” (Jt 13,15) E, para 
evitar juízos não muito próprios ao seu estado de graça, acrescenta: 
“… mas ele não me fez pecar. A minha honra está intacta.” (Jt 13,16)


- E é esta mulher - MULHER! - que continua a comandar o povo: 
“Pegai nesta cabeça e dependurai-a (…), cada um de vós pegue em 
armas (…), vós e todos os que vivem no território israelita, 
persegui-los-eis para os abaterdes na fuga (…)” (Jt 14,1-4)
- Mais uma vez, a morte sem contemplações. Os baixos instintos e 
vingança e cobiça a manifestarem-se em plenitude: “Ao voltar da 
matança, os israelitas apossaram-se do resto (…) O saque foi enorme.” 
(Jt 15,7)
- E, tal como em todos os tempos, tal como hoje, Judite é aclamada: 
“Tu és a glória de Jerusalém! Tu és a honra de Israel! Tu és o orgulho 
da nossa gente! (…) Que o Senhor todo- poderoso te abençoe para todo 
o sempre.” (Jt 15,9-10)
- Pudera! Quem não aclamaria aquela que os livrara da morte certa às 
mãos dos assírios?! Mas a tristeza invade-nos a nós que procuramos o 
divino e não o humano nestas escritas, ao ver pictoricamente cenas 
de horror, de crime, de ódio, raiva e vingança… e tudo abençoado por Javé! 
Em nome de Javé! Depois de se ter orado a Javé!…
- No seu cântico de louvor/agradecimento, Judite reconta, como é hábito 
bíblico nestes louvores, como tudo aconteceu, concluindo que Deus ajuda 
os fracos que confiam nele. Mas será Deus que ajuda ou serão os fracos 
que, por serem fracos, têm de contrapor à força do braço e das armas 
a força dos ardis e das manhas que também vencem batalhas? Não 
vencem guerrilheiros, exércitos? Não venceu David, Golias? É Deus o 
vencedor ou são as tácticas e as artimanhas?
- Sempre a mesma pergunta, o mesmo dilema. Parece que precisamos de 
pôr em Deus a nossa inspiração e a nossa força! Parece que somos incapazes 
de assumir, sozinhos, as glórias do sucesso ou as frustrações do fracasso! 
Porquê esta necessidade de um Deus sempre presente? “Ganhámos, graças 
a Deus! Até amanhã, se Deus quiser!” E benzem-se os jogadores ao entrarem 
em campo, os soldados ao irem para a guerra. Benzem-se pedindo, benzem-se 
agradecendo! Somos mesmo dependentes do divino!…
- Não será esta a melhor prova de que Deus tem mesmo de 
existir?! - apetece-nos perguntar.
- O livro de Judite! Um belo livro sobre uma bela mulher! Realmente inspirado, 
o livro! Realmente inspirada, a mulher! Divino, também?…
- Aí é que todas as nossas dúvidas se avolumam, restando-nos um pálido 
sorriso de… descrença total! Que pena!

- Tanta pena!!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 69/?

À procura da VERDADE no livro de JUDITE - 1/2

- “A obra foi escrita na Palestina, provavelmente nos meados do séc. II a.C.” 
(Introdução ao livro de Judite, ibidem). Ora, Nabucodonosor viveu entre 
632 e 562 a.C. Se “O livro de Judite” foi escrito no séc. II a.C., conta uma 
história com cerca de 400 anos. Verosímil? – Talvez!
- A narrativa começa com mais guerras, cheias de atrocidades e de 
extermínio total da terra por onde o invasor Nabucodonosor passava. Os 
judeus preparam-se para a defesa. Como? - Ocuparam lugares 
estratégicos, por um lado; por outro, “clamaram a uma só voz e com ardor 
para que o Deus de Israel não entregasse os seus filhos ao saque nem 
as suas mulheres ao exílio, nem à destruição as cidades que tinham 
herdado, nem o Templo à profanação e zombaria humilhantes das nações.” 
(Jt 4,12)
- E Javé vai ouvir os seus clamores. Não com milagres, como os de outrora, 
de separar as águas dos rios ou mares ou os de enviar os seus anjos a 
exterminar o inimigo pela calada da noite! Não! Desta vez, é… uma 
mulher! E que mulher! “(…) muito bonita e atraente (...), sábia (…), 
inteligente e de bom coração.” (Jt 8,7 e 29) E fala aos chefes do povo, 
com grande autoridade e… audácia: “O que hoje dissestes ao povo foi 
um erro. (…) Vós, que nunca entendestes nada, estais a pôr à prova o Senhor 
Todo-Poderoso.” (Jt 8,11-13)
- A sua oração ao Senhor apela à lógica da sua actuação, solicita inspiração 
na execução do seu ardil. Mas… teria de haver um senão: pela violação de 
uma rapariga israelita, são mortos ou vilipendiados os chefes, os seus 
servos, as suas mulheres e filhas e partilhados os seus despojos “em 
proveito dos filhos que (Tu, Javé) amavas.” (Jt 9,2-4). Uma enorme desproporção entre o crime praticado e a represália desencadeada. Coisas de Javé ou dos Homens?
- O texto revela a arte da escrita. Estava inspirado o autor sagrado. Por Deus… 
ou pela beleza das formas de Judite! Descrição pictórica: estamos a 
vê-la, descendo as escadas, nos seus belos trajes de “luces”, cabelos 
enfeitados, sentindo o seu perfume, de caro, abundante e… inebriante que 
era, a sair das muralhas da cidade, a conversar com os guardas inimigos, a 
entrar - corajosa e destemida! - na tenda do temível Holofernes e este, 
boquiaberto de espanto a pensar para consigo: “Que dádiva dos deuses, 
Santo Deus! Como poderei resistir-lhe?! Como poderei não a fazer 
frutificar no meu leito?!” Mas… é prudente. Que guerra é guerra! Então, 
vai calmamente ao encontro da “diva”. As palavras de Judite, lisonjeiras, 
astutas, matreiras,… encorajam o desejo, a lubricidade que amortece 
o temor de perder uma guerra considerada por Holofernes como vitória 
fácil e certa e sem perder um só homem. Então, que importa o que lhe 
peça a linda Judite? “De um extremo ao outro da Terra, não existe mulher 
tão bonita e que saiba falar tão bem. (…) Tu és bela e eloquente. Se fizeres 
o que me disseste, o teu Deus será o meu Deus, viverás no palácio do rei 
Nabucodonosor e serás famosa no mundo inteiro.” (Jt 11,21-23).


                                                         A bela e sensual Judite

-Três dias ainda Holofernes esperou. Mas, ao quarto dia, não aguentou 
mais. Propôs uma festa, um banquete onde Judite seria a convidada de 
honra. Depois, ficaria com ela, a sós, na sua tenda-hotel… “Então, Judite (…) 
enfeitou-se com as suas roupas e jóias. (…) Ao vê-la, Holofernes ficou 
arrebatado e a paixão agitou-o com o desejo violento de se unir a ela.” 
(Jt 12,15-16) (…) “Holofernes, entusiasmado com ela, bebeu muitíssimo 
vinho.” (Jt 12,20)
- E, com o muito vinho… se perdeu! E… em vez dos doces prazeres
do leito, teve a sua própria espada cortando-lhe o pescoço pelas mãos de 
uma mulher! E que mulher! “A mais bela mulher à face da Terra”!



                                               Caravaggio, pintor italiano, 1571-1610