domingo, 31 de julho de 2016

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 108/?

À procura da VERDADE nos livros Sapienciais 

Livro da SABEDORIA – 6/6


- “São naturalmente insensatos os que ignoram a Deus (…). 
Acabam por considerar como deuses (…) o fogo ou o vento (…) 
ou o firmamento (…). Se ficam maravilhados com o poder (…) 
dessas coisas, pensem então quanto mais poderoso é Aquele 
que as formou. (…) Infelizes também (…) os que invocam 
como deuses as obras de mãos humanas: coisas de ouro e prata, 
(…) figuras de animais ou uma pedra (...)” (Sb 13,1-10)
- Totalmente de acordo, caro autor “sagrado”! Isto realmente 
de adorar um bezerro de ouro ou um boneco pintado a quem 
alguém se lembrou de chamar “deus” é… patético para não 
dizer estúpido! Mas o Homem não precisa de referentes? Não 
acredita melhor se vir com os próprios olhos, se tocar com 
as próprias mãos? Não fizeram os artífices, ao longo destes 
dois/três mil anos que tem a tua/nossa História - que são nada 
em relação ao tempo universal que a ciência nos deu a conhecer! - 
imagens de tudo o que é sagrado, desde o Deus-Pai, com 
venerandas barbas brancas, ao Cristo sofredor na cruz ou com o 
seu ar majestático de toga longa, ao Espírito Santo que não 
passou da Branca Pomba… até às imagens de anjos e de santos 
mas sobretudo da Virgem Maria, interpretada por cada povo ao 
seu modo e “paladar”, vestindo-a das mais diversas formas, sendo 
talvez a mais interessante a Nossa Senhora do Ó, com aquele 
ventre prenhe de Jesus Cristo, tão natural e tão… comoventemente 
humano?… Porque é que o Deus verdadeiro não se manifesta 
mais claramente ao Homem para que este não necessite de se 
agarrar a ídolos e assim dar resposta à sua ansiedade de… 
eternidade? Será que Ele alguma vez irá responder a tão angustiante 
pergunta?

- “É impossível escapar da tua mão. Os injustos recusavam 
reconhecer-Te e açoitaste-os com a força do teu braço (…) 
(Sb 16,15-16)
- O autor compraz-se, mais uma vez, na invocação da história 
do povo hebreu, com Javé castigando os seus inimigos, 
para gáudio dos auto-proclamados “justos”…, relembrando as 
pragas do Egipto e os milagres da passagem do Mar Vermelho, 
do fogo, da água, do maná do deserto… E delira totalmente 
referindo-se aos injustos: “(…) foram dispersos, mergulhados 
em horrível medo e aterrorizados por alucinações (…). Ao 
redor deles, ribombavam ruídos assustadores e apareciam-lhes 
fantasmas tétricos de rostos sinistros (…). Só lhes aparecia uma 
chama que se acendia por si mesma, espalhando terror.” 
(Sb 17,3-4) Delirante! E ao povo hebreu chama “nação santa” 
(Sb 17,2), “os teus santos” (Sb 18,1). Que presunção! E, 
continuando a evocar a história, apesenta o mesmo Javé de 
sempre: terrível e castigador: “(…) A tua Palavra toda-poderosa 
veio do alto do céu, do teu trono real, como guerreiro 
implacável e atirou-se sobre uma terra condenada ao extermínio. 
Trazia como espada afiada a tua ordem sem apelação. Parou e 
encheu tudo de morte (…) Também os justos foram atingidos 
pela provação da morte. (…) Os mortos tinham caído aos montes 
uns sobre os outros (…) (Sb 18,15-23)
- “De todos os modos engrandeceste e tornaste glorioso o teu 
povo. Nunca em nenhum lugar, deixaste de olhar por ele e de 
o socorrer.” (Sb 19,22)

- Este “teu povo” contém a antipática exclusividade de um Deus 
que se apouca ao ligar-se apenas a um povo… E que povo!… E 
que Deus! Como é possível continuar a escrever-se assim, falando 
de Deus, apenas 50 anos antes de Cristo!… Pois! Mas… 
terminámos mais um livro! A grande novidade é - como se disse 
de início - a ideia de imortalidade e de incorruptibilidade do 
justo. O autor quis encontrar uma solução para a tremenda injustiça 
que é o justo e o injusto terem exactamente o mesmo fim: o 
pó e o esquecimento, como se lamentaram Job e Coélet no 
Eclesiastes. Pois não é de elementar justiça humana ou divina que 
as boas acções tenham recompensa e as más tenham castigo? E se 
tal não acontece na Terra, não tem de acontecer num céu e num 
inferno? Não tem mesmo de existir o para-além do tempo 
para os Homens? As perguntas são totalmente pertinentes. A resposta… 
fica-se pelo nosso imaginário que se quisera real… Assim, nesta 
leitura. Descobrimos a Verdade? - Não! Apenas afirmações gratuitas 
sobre a imortalidade dos justos, pois… sem provas. Aliás, que 
provas poderia o autor apresentar? Só vindas de Deus! Só por real 
inspiração divina! E, infelizmente, tal como nos livros precedentes, 
como vimos, de divino pouco ou nada tem este livro da… Sabedoria! 

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