domingo, 23 de outubro de 2016

Onde a Verdade a Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 111/?

À procura da VERDADE nos livros Sapienciais


O ECLESIÁSTICO – 3/15


- “Meu filho, empenha-te na disciplina desde a juventude e 
adquirirás sabedoria que durará até à velhice.” (Eclo 6,18)
- Será então a disciplina de nós mesmos a base da sabedoria? 
Que seja! Mas, que acrescenta isto de divino à dimensão humana? 
E não procuramos nós a dimensão divina nestes textos “sagrados”? 
E, reforçando a ideia de que este livro não ultrapassa a dimensão 
puramente humana, acrescenta o “nosso” comentador: “Para os 
antigos, a sabedoria é (…) uma aprendizagem que provém de 
várias fontes: experiência individual, experiência dos antepassados 
e anciãos, e textos religiosos antigos.” (ibidem)
- E mais e mais conselhos! Para a aprendizagem da sabedoria 
(Eclo 6,18-37), para bem viver em sociedade (Eclo 7,1-21), para a 
vida em família (Eclo 7,22-28), para respeitar os sacerdotes ou os 
ministros de Deus (Eclo 7,29-31)
- Mas aqui a confusão instala-se: “Teme ao Senhor e honra o sacerdote, 
dando-lhe a parte que lhe cabe, como te foi ordenado: os primeiros 
frutos, os sacrifícios pelo pecado, a oferta das espáduas, o sacrifício 
de santificação e os primeiros frutos das coisas consagradas.” (Eclo 7,31)
- Desde todos os tempos que os bens da Igreja ou do Templo foram 
um problema. E não pequeno! Por um lado, os ministros da Igreja ou 
sacerdotes precisam de comer como toda a gente e, não trabalhando ou, 
melhor, sendo o seu trabalho ocupar-se do Templo, têm que daí retirar o 
seu sustento. Depois, há as despesas de manutenção, conservação… 
Impunham-se leis de tributação. E quem melhor do que os sacerdotes 
para as fazer? E assim nasceram os dízimos, a dádiva das primícias, os 
sacrifícios. E assim, nasceu a confusão de quem dá ao Templo, a Deus 
dá, devendo, por isso, escolher o melhor cordeiro, o melhor bezerro, os 
melhores frutos e sementes… A certeza, no entanto, permanece: nada 
se dá a Deus, em nome de quem se recebem as primícias, 
mas ao Templo, o mesmo é dizer, aos sacerdotes!
- “Em tudo o que fazes, lembra-te do teu fim e jamais pecarás.” 
(Eclo 7,36)
- Certamente, a morte e, com ela, a recompensa ou castigo eternos. 
Embora, não partilhemos, como real ou possível a eternidade para o ser 
humano, temos pena que o pensamento da morte não nos leve a viver 
o melhor possível as nossas vidas! E todos seríamos melhores e o mundo 

seria o… paraíso!
- Mais conselhos ainda: para ser solidário (Eclo 7,32-35), ter prudência 
e bom senso (Eclo 8,1-19), ser prudente nas relações humanas 
(Eclo 8,10-16), acautelar-se da… mulher! (Eclo 9,1-9).
- Mais um laivo de machismo, neste conselho final! Aliás, a mulher de 
quem deverá acautelar-se?!



- Aquele “acautelar-se da… mulher” remete para o que se afirma logo 
a seguir:
“Desvia o olhar de uma mulher bonita e não fites uma beleza que não 
te pertence. Muitos já se perderam por causa de uma bela mulher, 
porque o amor por ela queima como fogo.” (Eclo 9,8)




- O machismo - texto só para homens - ganha aqui novo fôlego. Lá 
que haja por aí muita perdição, deve ser verdade mas também não é 
menos verdade que é grande pena perder o olhar uma mulher bonita, 
sendo uma quase ofensa ao Criador, tal atitude!… Cristo também dirá, 
cerca de 200 anos mais tarde: 
“(…) Todo aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, 
já cometeu adultério com ela no coração.” (Mt 5,28). Mas… de Jesus 
Cristo ou… com Jesus Cristo, falaremos mais tarde. Então, 
perguntar-Lhe-emos - sem malícia, claro! - como é que devemos 
proceder perante todas essas beldades que enchem as passerelles, 
mostrando tudo ou quase tudo aquilo com que o Criador as prendou… 
Aliás, que importa, para o relacionamento matrimonial um adultério 
virtual ou conceptual? Aqui, a religião muçulmana reage 
selvaticamente: “Apedreje-se a mulher casada que olha para outro 
homem.” Claro que o homem pode olhar para onde e para quem 
quiser. Uma discriminação intolerável aos olhos dos Homens, quanto 
mais aos de Alá!...

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