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VERDADE nos livros Sapienciais
O ECLESIÁSTICO – 4/15
- “O governo do mundo está nas mãos do Senhor e, no
momento oportuno, Ele faz aparecer o Homem certo.”
(Eclo 10,4)
- Como te enganas, Ben Sirá! Que governante te
“inspirou”
ou te fez dizer tal “barbaridade”? Quantos reis, quantos
imperadores, sendo déspotas, tiranos, assassinos, não
reivindicaram serem representantes
de Deus na Terra,
quando não mesmo deuses?! E se o Senhor governa o
mundo, anda
muito mal governado, pois, infelizmente, a
História tanto naquele tempo como no
actual é feita de guerras
e de mortandades. Péssimo governo o deste Senhor!
Ora,
reflectindo um pouco, o Senhor-Deus bíblico não parece ir
além dos deuses
gregos ou romanos – também eles
comandando os destinos dos Homens – num
horizonte de
uma Terra que nem se sabia que era redonda, julgando-se o
centro
do Universo, sendo as estrelas pequenas luzes que
estavam ali quase à mão, em
noites de escuridão…
Assim, temos, na mesma linha, não se ultrapassando a
dimensão
puramente humana: 1 - o Zeus grego ou o Júpiter romano
a comandarem,
lá nos Olimpos, um exército de deuses que mais
não são do que diversas forças
da Natureza; 2 - o Javé de Israel,
seu braço protector - quando não castigador!
- contra os
inimigos que o escravizavam ou vilipendiavam; 3 - o próprio
Deus-Pai que está nos céus de Jesus Cristo, afirmando-se Ele
como filho desse
Pai, tal se aceitando numa sequência lógica da
Bíblia; 4 – o Alá de Maomé, o “Deus
clemente e misericordioso”,
mas que manda matar os que não crêem nele… (E
omitimos falar
dos deuses orientais…)
- No entanto, há que ser justos para com a religião
cristã – a
original e não as muitas que existem actualmente, obviamente
por
interesses regionais e políticos – e realçar que Jesus Cristo
é Aquele que vai
ter a coragem e o saber de corrigir as
Escrituras, elegendo o AMOR como Lei,
denunciando a mentira
e a falsidade dos sacerdotes, escribas e fariseus. Isto,
apesar
de tudo o de inventado/falso que os evangelhos afirmam a seu
respeito,
sobretudo no que toca à sua divindade e ao seu poder
de fazer milagres,
fantasias inventadas pelos respectivos evangelistas,
desde a fabulosa
multiplicação dos pães e dos peixes até aos
fenómenos fantasmagóricos que
acompanharam a sua morte. No
entanto, convictos ou não, os apóstolos lá partiram
pelo mundo
anunciando a Sua mensagem, ou seja, o Reino de Deus. Que
Deus-Pai
será este o de Jesus Cristo? Que Reino dos Céus?
Que céu para além da Terra, quando
sabemos que há um Universo
cujo princípio e fim ignoramos, mas sabemos ser
formado por
milhões de galáxias, contendo cada uma delas biliões de
estrelas e
cada estrela formando possivelmente um sistema solar,
onde haja tantas “Terras”
iguais à nossa, com Homens nossos
irmãos em Deus-Criador? Qual é o Deus deles?
Aliás, este Deus-Javé
da Bíblia tem apenas três mil anos, e o de Jesus Cristo,
dois mil,
quando sabemos, da História, que todas as civilizações tiveram
os seus
deuses, sendo, pois, numa perspectiva cósmica e universal,
todos Deuses muito
limitados no tempo e no espaço! E, se o sábio
Jesus a quem chamaram de Cristo, viesse
hoje à Terra, que Deus nos
apresentaria, já conhecendo tudo o que a Ciência
descobriu acerca do
Universo e da vida? Que Deus? Que céu? Que inferno? Que
caminho, que verdade, que vida Ele definiria? Diria, de novo:
“Eu sou o
caminho, a verdade e a vida!”?
- Acabemos com mais um conselho do nosso
Eclesiástico:
“Seja qual for a ofensa, não guardes ressentimento contra o
próximo
e não faças nada levado pela raiva (…)”. Quase faz lembrar o “dar
a
outra face” de Jesus Cristo!