sábado, 29 de abril de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 133/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos – 133/?


22/04/17
ISAÍAS – 10/17

- “Um rei reinará conforme a justiça e os chefes governarão 
conforme o direito. (…) Mulheres despreocupadas, levantai-vos 
e escutai a minha voz. (…) Daqui a um ano e alguns dias, 
vós (…) ficareis abaladas, porque a vindima será perdida e a 
colheita frustrada (…). Será derramado outra vez sobre nós um 
espírito que vem do alto. Então, o deserto tornar-se-á um jardim 
(…) No deserto habitará o direito e a justiça habitará no jardim.” 
(Is 32,1,9 e 15)
- Certamente, houve, ao longo destes cerca de três mil anos 
que nos separam de Isaías, reinos de justiça e conforme o direito. 
Mas, infelizmente, a História dá-nos conta de tiranias sem conta 
que tiveram de tudo menos direito e justiça. Assim, ficamo-nos 
pela beleza do desejo… Mas quem não quisera que os desertos, 
todos os desertos do mundo virassem jardins? Os reais mas 
sobretudo os que existem no coração do Homem?! A expressão 
“Daqui a um ano e alguns dias…” irrita pela tentativa de precisão 
profética.
- “Ai de ti, devastador que ainda não foste devastado, ladrão 
que ainda não foste roubado. Pois, quando acabares de destruir, 
tu é que serás destruído; quando tiveres acabado de roubar, então 
tu é que serás roubado.” (Is 33,1)
- Repete-se! Mas soa bem o trocadilho, embora a verdade 
histórica desminta que aconteça de tal modo…
- “Aproximai-vos, nações para ouvir; povos, prestai atenção, (…) 
pois Javé está irado contra todas as nações e enfurecido contra todos 
os seus exércitos. Já os destinou todos à eliminação total, já os 
entregou à matança. Os seus mortos são lançados fora, dos cadáveres 
exala mau cheiro e os montes ensopam-se com o seu sangue; o 
exército do céu desmancha-se, o céu enrola-se como um pergaminho 
e os seus astros caem como as folhas da parreira, como as folhas 
da figueira, pois a espada de Javé ficou embriagada no céu. Vede: 
ela precipita-se sobre Edom, um povo que destinei à destruição. 
A espada de Javé está a pingar sangue, está banhada de gordura, 
cheia do sangue de cordeiros e cabritos, da gordura do lombo dos 
carneiros, para que se ofereça um sacrifício a Javé em Bosra, uma 
enorme matança no país de Edom. Com eles, morrem também 
búfalos, bezerros e touros. A sua terra empapa-se de sangue, o 
chão está banhado de gordura, pois este é um dia de vingança 
para Javé, é um dia de acerto de contas em favor de Sião. (…)” 
(Is 34,1-8)
- Que estilo sanguinolento, santo Deus! Que oráculo! Que… Javé! 
Para quê referência a tantos animais e sangue? Após mais este 
chamado “Pequeno Apocalipse de Isaías”, “crítica às grandes 
potências cuja falência se anuncia”, no dizer do “nosso” comentador, 
segue-se um apêndice histórico (Is 36-39). E continua-se 
comentando: “Estes capítulos reproduzem com pequenas 
diferenças, a narrativa histórica de 2Rs 18,13-20,19, que relata 
a acção de Isaías na altura da campanha assíria contra Jerusalém. (…) 
O profeta age esclarecidamente numa situação trágica para o país 
e a sua capital. (…) Afirma a confiança em Javé acima de todas 
as alianças humanas (…). No confronto entre o poderoso rei pagão 
e o Deus Javé, que protege Jerusalém, o triunfo é de Javé: o exército 
bate em retirada por causa de uma epidemia (…).” (ibidem) 
Obviamente, não sabemos onde descortinar a inspiração divina, 
nesta narrativa mais ou menos histórica, de Isaías que se repete, de 
seguida:
- “Naquela mesma noite, o Anjo de Javé feriu no acampamento dos 
assírios cento e oitenta e cinco mil homens. De manhã, ao acordar, só 
se viam cadáveres. Seneraquib, rei da Assíria, foi-se embora e (…) 
quando estava de bruços fazendo a sua adoração no templo do seu 
deus Nesroc, os seus filhos (…) assassinaram-no à espada (…).” 
(Is 37,36-38)

- A pergunta será sempre a mesma ou semelhante: Porque haveremos 
de acreditar que é realmente Javé o autor da História de Israel? Mais 
simplesmente: Não exprimia Isaías apenas as suas ideias, ao 
manifestar-se contra as alianças, usando o nome de Javé para convencer 
os seus leitores da razão que o assistia? 

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