segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 156/?


À Procura da VERDADE 
no livro das LAMENTAÇÕES - 01/02

- Diz-se, na introdução: “As Lamentações provavelmente foram escritas 
na Palestina depois da queda de Jerusalém, em 586 a.C. (...) Descrevem 
de modo doloroso e poético, a destruição de Jerusalém pelos babilónicos 
e os acontecimentos que sucederam a essa catástrofe nacional: fome, 
sede, matanças, incêndios, saques e exílio forçado. (…) 
As Lamentações (…) ajustadas a circunstâncias locais bem definidas (…) 
encerram ingredientes que desafiam os séculos: (…) o abandono 
arrependido do procedimento pecaminoso que forçou Deus a esmagar o 
seu povo, a esperança no Senhor, guia e mestre da História.” (ibidem)
- É, no mínimo, desesperante, esta análise interpretativa da Bíblia. 
Sem qualquer sentido crítico ou análise racional dos factos, face a um 
livro dito sagrado. Não admira que a inspiração seja muita, muita a
poesia. Momentos de dor, fome, sede, matanças, saques, exílios apelam 
a emoções fortes que fazem brotar a poesia de mentes mais sensíveis 
e… vulneráveis. Aqui, o caso, certamente. Mas…, onde o divino que 
procuramos? Porquê tais poemas, de inspiração divina? Só porque 
apelam para Deus? E que lógica haverá em um Deus esmagar um
povo - um povo dito seu eleito - por um pecado cometido? Porque não 
consideramos tal facto pura invenção dos autores, ditos também eles 
“sagrados”? Não é totalmente gratuita, i. é, sem qualquer fundamento, 
a afirmação de que Deus é guia e mestre da História?
- “Vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede:
   haverá dor semelhante à minha dor? Como me maltrataram!
   Javé castigou-me no dia do furor da sua ira.
   Escutai como estou gemendo, e não há quem me console
   Os inimigos comemoram a minha derrota que Tu mesmo causaste!
   Traz então aquele dia que prometeste
   em que eles passarão o que eu passei.” (Lm 1,12 e 21)
- Uns dos mais dolentes versos das Lamentações. Mas o “estafado” 
tema da ira repete-se. E o do “Olho por olho” também! Logo, nada de 
divino se vislumbra por aqui.
- “O amor de Javé nunca acaba e a sua compaixão não tem fim.
   Pelo contrário, renovam-se cada manhã: 
   Como é grande a tua fidelidade!
   Digo a mim mesmo: Javé é a minha esperança, por isso nele espero.” 
(Lm 2,22-24)
- Ó tu que tão bem falas, terás alternativa? Haverá, para um crente, 
possibilidade de fuga a Javé?!
- “Não é da boca do Altíssimo que vem o mal e o bem?” (Lm 2,38)
- Que mal? Que bem? Como pode o mal vir do Altíssimo sem se negar 
Si próprio, sendo Ele o Bem absoluto, o Supremo Bem? Enfim, mais 
uma das dificuldades em que o autor se enovela ao intrometer Deus 
na História. Que o Homem contém em si maldade, ninguém duvida. 
Saber definir o mal, já é complicação que avassala o nosso espírito e o 
de muitos filósofos e teólogos, neste pequeno lapso de História que são 
os cerca de três mil anos de Bíblia e de cristianismo. Mas que o mal 
venha de Deus é mesmo um total absurdo!
- “O pecado desta cidade foi de certo maior que o de Sodoma,
   pois Sodoma foi destruída de uma vez, sem ninguém a agredir.” 
(Lm 4,6)

- Que pecado? E porque se compara ao suposto pecado da sodomia? 
Aliás… é assim tão grande o “pecado” cometido pelos que decidem 
experimentar os prazeres sexuais de outra forma que os não 
consagrados pela Natureza para a procriação, que mereça a destruição 
de toda uma cidade?…

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