domingo, 21 de janeiro de 2018

O mundo da Fé, um mundo de mentiras!


    É! O mínimo que se pode dizer da Fé e de tudo o que a sustenta é que se alimenta apenas e tão só de mentiras ou, se quisermos, de imaginações, efabulações, maquinações a maior parte delas perversas.
    O Homem vive balizado por dois mundos: o da razão/Ciência e o da Fé ou da crença ou crendices. E há uma pergunta que todos nos deveríamos fazer, nesta nossa idade adulta: «Afinal, de que lado estou? Para quê acreditar em fantasias que outros inventaram e que não têm qualquer ponta de credibilidade? Valerá a pena?»
    Foi neste mundo de crenças e crendices, de mentiras e efabulações, que nasceram todas as religiões. E, ao nascer – ou não fossem produto de cérebros maquiavélicos, oportunistas, opressores, exploradores da ignorância e do desconhecimento da realidade que assiste ao Mundo e ao Universo – os seus mentores/criadores desenvolveram sistemas de hierarquias, poderes, staffs complexos de organização, criando autênticos impérios, em poder, dinheiro, fortuna, corrupção… mas tudo – mesmo TUDO! – camuflado pela mais rígida crença e suas leis, aparecendo à sociedade, como verdades, verdades a que chamaram de eternas e do outro mundo, da outra vida… 
    Ora, todos sabemos que não há outro mundo nem há outra vida, mas apenas este mundo e esta vida aos quais tivemos o privilégio de aceder, por conjugação feliz dos astros, dos átomos de matéria e energia, da Natureza. Todos sabemos que não há transcendência nem sobrenatural nem o mundo dos espíritos ou das almas. Tudo invenções sem qualquer suporte que lhes dê credibilidade. Nunca ninguém conseguiu apresentar um argumento válido – um ÚNICO! – que provasse a existência de tais mundos! É obra! 
    Então – perguntarão – e a clássica dicotomia alma-corpo, constituinte do Homem? Já é de todos sabido – também, obviamente, dos intelectuais que sustentam as suas igrejas e delas se sustentam, cometendo o maior acto de DESONESTIDADE INTELECTUAL a nível planetário – que o Homem não é esse composto clássico de alma e corpo, mas apenas um corpo no qual existe um cérebro, onde todas as prerrogativas, atribuídas pelos clássicos à alma, se situam: inteligência, emoções, sentimentos, ideias, fantasias, sonhos, a vontade e a determinação. E tudo acaba no acto de morrer. TUDO!... (Obviamente, morte do que existe, i. é, do corpo onde pontificou o todo-poderoso cérebro.)
    Assim, no Alto Egipto, já era forte a classe sacerdotal, no culto aos deuses solares, com influência directa sobre o Faraó e, através dele, sobre todo o povo ignorante e escravizado do ponto de vista cultural. Do que se sabe das religiões fenícias e caldaicas, mais antigas, os sacerdotes tinham papel preponderante, corroborados pelos cartomantes, astrólogos, adivinhos, bruxos e leitores das vísceras dos animais abertos e sacrificados aos deuses.
    As religiões orientais não fizeram melhor: criaram castas na sociedade, onde a classe sacerdotal estava no topo. Boa escolha!!! E, aliada ao poder político – como, aliás, aconteceu e acontece com todas as religiões – dominava a seu belo prazer todo o povo, a casta mais baixa, obviamente.
    Na religião judaica, a classe sacerdotal foi também sempre dominante e escravizante do povo, através dos impostos devidos ao Templo. Impostos que, sob a capa de serem oferendas a Javé, serviam para alimentar todo um séquito de corruptos e parasitas que sempre viveram à custa do povo crente a quem venderam e continuam a vender as suas mentiras e falsidades, com isso conseguindo muito poder – essencialmente sobre as consciências –  muito dinheiro e boa vida.
    Veio, depois, o cristianismo, com alguns ingénuos que viraram santos e mártires, mas com a maior parte já pensando em uma organização de fins lucrativos e à sombra da qual, uma nova classe sacerdotal pudesse viver confortavelmente…
    Enfim, nesta panóplia de criação de religiões com os seus múltiplos deuses, só nos faltava o Islamismo que apareceu nos meados do séc. VII e que, fazendo ainda pior que as religiões anteriores, ao misturar, intrinsecamente, política e religião, o que deu um coktail absolutamente “explosivo”…, através do “OU TE CONVERTES OU MORRES!”, construiu um império que durou mais de mil anos, conquistando pela espada quase meio mundo, indo do extremo Cáucaso ao Sul da Ásia, sendo actualmente a segunda religião com mais seguidores.
    A Igreja católica foi, ao longo dos séculos, exímia em extorquir dinheiro aos crentes, tendo mesmo chegado ao descaramento de vender indulgências em ordem a obter a salvação eterna…, escândalo de que resultou a revolta de Lutero e o protestantismo.
    Mas os oportunistas e corruptos perversos estão sempre à espreita de uma oportunidade. E aí temos, por exemplo, a actualíssima IURD – igreja protestante – que, a partir do Brasil, construiu um império de poder e dinheiro, vendendo… crendices.
    A Igreja católica, por seu lado, continua com o seu vasto império, dirigido do Vaticano, onde vive faustosamente, uma Cúria de cardeais e seus servidores e cujo património ninguém se atreve a avaliar, já em dinheiro vivo, accionado pelo Banco do Vaticano, já nas inúmeras obras de arte de que é possuidora. São milhões os euros que diariamente entram nos cofres do Vaticano resultantes só da venda de bilhetes de entrada nos seus ricos museus.
    É tudo UMA VERGONHA HUMANITÁRIA! Uma vergonha existente! Pior: alimentada por quem poderia dizer “BASTA”. Basta de mentiras! Basta de falsidades! Basta de lavagem ao cérebro de adultos e crianças afirmando-lhes como VERDADES ABSOLUTAS puras mentiras, falsidades ou efabulações. Tais são os Céus, os Infernos, os Pecados, os Santos, os Anjos, a Divindade da Igreja, o Sacerdócio, os Sacramentos, e dogmas, o Jesus Filho de Deus que veio redimir o Homem não se sabe de quê, a Virgem, a Trindade… e todo o chorrilho de patetices que uns quantos ditos inspirados por Deus se lembraram de inventar e de impor à Humanidade. Obviamente, para seu benefício em poder, conforto, boa vida e dinheiro.
    Mas, tal como nas economias mundiais, quem poderia mudar o mundo é o primeiro interessado em que nada mude para não perder privilégios, também às Igrejas interessa o status quo existente…
    É neste MUNDO DE MENTIRA que vivemos! UM MUNDO QUE REVOLTA! UM MUNDO DE DESONESTIDADE INTELECTUAL A TODA A PROVA! Até quando?!


    O Homem terá de se reinventar e conseguir formar uma Humanidade equilibrada, baseada na inteligência, na honestidade e na bondade, criando a grande FRATERNIDADE UNIVERSAL, em comunhão e equilíbrio com todos os seres vivos da Terra, este pontinho perdido no Espaço sideral, localizado na ponta espiralada da Galáxia Via Láctea, único lugar conhecido do Universo onde um dia brotou a VIDA! Infelizmente, dada a perversidade da natureza do mesmo Homem, não se prevê que tal reinvenção esteja para breve…

domingo, 14 de janeiro de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 161/?


À procura da VERDADE em EZEQUIEL 
2/13

- “Ele disse-me: Criatura humana, põe-te de pé que Eu vou falar 
contigo. (…) Então, pude ouvir Aquele que falava comigo. Ele 
disse-me: Criatura humana, vou mandar-te a Israel, a esse povo 
rebelde que se rebelou contra Mim. (Ez 2,1-3)
- Não deixa de ser interessante este tête-à-tête de Ezequiel com 
Deus. Pura retórica literária? Puro simbolismo? Ou algum real 
contacto com o divino, através de uma visão? O que é certo é que 
o “povo eleito de Javé”, tal como mais tarde com Jesus Cristo, não 
reconheceu Javé ou contra Ele se rebelou… Não foi grande escolha 
a de Javé! Aliás, refere logo de seguida:
- “Têm cabeça dura e coração de pedra.” (Ez 3,7)
- Então, porque os escolheste? Não haveria por esse mundo fora, 
melhor do que tal povo? Ou - como já dissemos inúmeras vezes – 
todo leva a crer que foram eles que se auto-elegeram, não havendo 
nenhuma escolha-manifestação de Deus, o Deus vivo de Jesus 
Cristo que se revelará bem diferente deste Javé, sempre ardendo 
em ira ora contra Israel que peca ora contra os inimigos de Israel 
porque o atacam.
- “As broas de cevada que comeres, serão cozidas sobre fezes 
humanas, à vista de todos. E Javé completou: É desta forma que 
a casa de Israel comerá alimento impuro no meio das nações por 
onde a espalhei. Então, eu disse: Ah! Senhor Javé, eu nunca me 
contaminei! Desde pequeno, nunca comi carne de animal morto 
de morte natural ou despedaçado por alguma fera. Até agora, 
carne estragada nunca entrou na minha boca. Javé respondeu-me: 
Está bem. Para cozeres o teu pão, deixo que uses bosta de vaca em 
vez de fezes humanas.” (Ez 4,12-15)
- Seja qual for o simbolismo deste texto, não deixa de ser 
repugnante! Não encontrou melhor Ezequiel para pôr na boca de 
Javé? Aliás, que diferença faria serem fezes de humanos ou de 
vacas? O repugnante da cena é tão sem sentido que difícil se torna 
concebe-la como inspirada!…
- “Só assim derramarei a minha ira, vou satisfazer a minha 
indignação contra eles e Me darei por satisfeito. E quando tiver 
derramado a minha ira contra eles, então ficarão a saber que Eu, 
Javé, falei, porque sou ciumento.” (Ez 5,13)
- Há quanto tempo não ouvíamos falar da ira de Javé?! E do 
seu ciúme face ao culto dos outros deuses?! Mas… não são 
castigos a mais aqueles que Javé dá ao seu “povo de cabeça 
dura e coração de pedra”? Aliás, como castigariam os outros 
deuses os seus devotos e crentes?…
- “Vou fazer vir contra vós a espada, para destruir os vossos 
lugares altos. Os vossos altares ficarão destruídos (…) Eu farei 
com que os vossos habitantes, feridos pela espada, caiam diante 
dos vossos ídolos imundos. Porei os cadáveres dos israelitas 
diante desses ídolos (…) Quando no meio de vós começar a cair 
gente morta pela espada, ficareis a saber que Eu sou Javé. (…) 
Então reconhecerão que Eu sou Javé, quando começarem a 
aparecer as vítimas da guerra no meio dos seus ídolos imundos.” 
(Ez 6)

- Parece uma luta, não entre teístas e ateus, mas entre um Javé 
ciumento e os ídolos que cativam as crenças do povo. Porquê? 
Não se deviam condenar apenas as desumanidades que o 
Homem em nome de Deus, Javé, ou qualquer outro deus, 
praticava, como o sacrifício de crianças para aplacar a ira desses 
deuses? Não é, ou não deveria ser, a religião - o ligar-se com o 
deus da sua devoção - a única verdade que deveria interessar a 
Javé e aos seus inspirados, tais os profetas? Toca o ridículo 
profundo esta luta titânica entre Javé e os ídolos. Incompreensível, 
simplesmente!

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 160/?


À procura da VERDADE em EZEQUIEL
1/13

- Diz-se na Introdução: “O profeta Ezequiel exerceu a sua actividade 
entre os anos 593 a 571 a.C. Sacerdote exilado na Babilónia, com uma 
parte do seu povo, anuncia aí as sentenças de Deus. (…) Ezequiel, 
no entanto, sabe que o sistema passado está a agonizar de maneira 
irrecuperável: Jerusalém será destruída. (…) Com a sua linguagem 
simbólica, Ezequiel indica os passos para a construção de um mundo 
novo: (…) Converter-se a Javé, assumindo o seu projecto; e, a partir 
daí, construir uma sociedade justa e fraterna, voltada para a liberdade 
e a vida.” (ibidem)
- Que belas palavras, não são? Mas…o que é isso de se converter a 
Javé? Qual é o projecto de Javé? - também já noutro lugar 
perguntámos. Uma sociedade justa e fraterna tem de ser “dirigida” 
pela “batuta” de Javé? E que liberdade? Que vida? Depois, 
sabendo Ezequiel, como certamente outros intelectuais do tempo, 
que o sistema político judaico estava agonizando e que crescia o 
poderio da Babilónia, não seria difícil de prever - profetizar - a queda 
e destruição de Jerusalém…
- “No dia (…), de repente, abriram-se os céus e eu tive visões divinas. 
(…) A palavra foi dirigida ao sacerdote Ezequiel (…) Javé colocou 
a mão sobre ele. (…) Eu vi o seguinte: (…) algo parecido com 
uma pedra de safira, em forma de trono; e nele, lá no alto, algo 
parecido com um ser humano. (…) Era a aparência visível da glória 
de Javé. Quando O vi, caí imediatamente com o rosto no chão e 
ouvi a voz de Alguém que falava comigo.” (Ez1,1-4 e 28)
- Comenta-se: “Na base da vocação profética, em Israel, há sempre 
um contacto com o divino, uma nova e significativa experiência de 
Deus. (…) A glória de Javé é o próprio Deus enquanto Se revela no 
seu poder e santidade, no brilho ofuscante em cujo centro se 
vislumbra uma silhueta humana.” (ibidem)
- É espantoso como a fé do “nosso” comentador parece obnubilar-lhe 
o pensamento! Afinal, Ezequiel usa uma linguagem simbólica 
ou real? Ou - como também já perguntámos - umas vezes é ou 
considera-se simbólica e outras é ou considera-se real? Afinal, 
Ezequiel viu realmente Deus com forma humana ou pensou 
que viu tal forma, certamente influenciado pelo Génesis, onde Deus 
criou o Homem à sua imagem e semelhança?
Depois, porque é que Ezequiel atribui às suas visões o carácter de 
divino? Se eu disser que estas nossas escritas são de inspiração divina, 
quem não duvidará? Melhor: quem acreditará? Não teremos pelo 
menos tantas razões para acreditar que são divinas como para 
acreditar que não são? E abriram-se realmente os céus ou… é 
simbólico? Javé pôs a mão em cima do profeta ou… é simbólico? E 
o trono? E a pedra de safira - que teria de ser bem grande para fazer 
de trono? E que céus? Que alto? Não há aqui, povoando a 
imaginação de Ezequiel, a leitura do Pentateuco? E viu realmente 
Deus ou não? E ouviu realmente ou não? Com que voz? E as 
formas eram bem distintas ou… envoltas em bruma, pois já 
Moisés não pudera ver a Deus face a face, mas só de costas e 
morreria se de outro modo acontecesse? Lembram-se? Não há 
aqui uma encenação de Ezequiel para tornar mais credível as suas 
“profecias” junto do povo que com ele estava já no exílio?
Finalmente, como se arrisca o “nosso” comentador a falar em 
“contacto com o divino”? Que contacto? Em visões tal qual um 
sonho que bem poderia ser divino ou diabólico como um 
pesadelo? Ou… ali, no real? A descredibilidade deste Ezequiel 
acentua-se, logo de início, com tais interpretações-comentários!…